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terça-feira, outubro 01, 2019

Pão de forma de centeio

Pão de forma de centeio

Acho muito legal quem consegue variar a alimentação no café da manhã: admiro quem opta por tapioca, waffle, panqueca, crepioca, ovos... Eu sou mais básica nesta refeição e fico com o combo café com leite (vegetal) e pão (de uns tempos para cá tenho incluído uma porção de fruta também). Se eu não como meu pãozinho de manhã viro um poço de mau humor. :D

O meu pão 100% integral é a minha escolha para o dia a dia, mas de vez em quando, para variar, faço este pão, que resolvi chamar de pão de forma de centeio: ele fica lindo e em um formato ótimo para fazer sanduíches – fica delicioso no queijo quente e um sucesso com o meu patê de atum. Este, aliás, era o pão que eu fazia antes de descobrir a receita do pão 100% integral e vem da mesma fonte maravilhosa, o site da King Arthur Flour.

Pão de forma de centeio

Pão de forma de centeio
receita adaptada do Country Loaf do ótimo site da King Arthur Flour

- xícara medidora de 240ml

Esponja:
1 ¼ xícaras (300ml) de água morna
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
½ xícara (70g) de farinha de centeio fina – eu compro aqui

Massa:
½ xícara (70g) de farinha de centeio fina
2 xícaras (280g) de farinha de trigo comum – gosto da Mirella
1 ½ colheres (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite de oliva

Prepare a esponja: coloque a água, o fermento, o açúcar e a farinha de centeio na tigela da batedeira (ou em uma tigela grande se for sovar na mão) e misture bem. Espere espumar, cerca de 5 minutos. Adicione todos os ingredientes restantes, misture com uma espátula ou colher de pau, e então bata na batedeira com o gancho para massas pesadas por 10 minutos, ou na mão por 15-17 minutos, ou até obter uma massa homogênea, lisa e sedosa, que descola nas laterais da tigela/das mãos. Cubra com filme plástico e deixe crescer por 1 ½ horas a 2 (se estiver muito frio a massa demora mais para crescer).

Unte muito levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa.
Dê um soquinho no centro da massa para retirar o excesso de ar. Em uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa até obter um retângulo de aproximadamente 30x20cm. Enrole-o como um rocambole, formando um cilindro, e ajeite com as mãos para que ele caiba na forma, deixando a emenda virada para baixo. Cubra com filme plástico ou um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40 minutos. Enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.
Asse o pão por 30-35 minutos ou até dourar bem – para verificar se o pão está pronto dê batidinhas na superfície com os nós dos dedos: o som deve ser de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 10-12 fatias, dependendo da espessura (já consegui até 14)

quarta-feira, setembro 18, 2019

Babka de doce de leite com farofinha de canela

Babka de doce de leite com farofinha de canela

Outro dia, não lembro bem o porquê, estava lembrando desta receita, de como ficou deliciosa, e me deu uma vontade louca de comer doce de leite – há dias em que eu fico bem zoiúda, tudo me dá vontade, se deixar como até a ponta da mesa: são aqueles benditos (ironia mode on) dias de TPM.

Eu não comi doce de leite naquele dia, porque não queria ficar com uma pança gigante, lutei contra a vontade e ela finalmente passou, mas me toquei de que outra receita deliciosa estava perdida no meu pen drive e eu precisava dividir com vocês. Esta babka é fofinha, saborosa e a farofinha de canela combina de maneira perfeita com o sabor do doce de leite – a ideia de colocar noz-moscada na massa veio de um programa de culinária (não me lembro qual) que mostrava os doughnuts da “Dough”- tempos depois estive em NYC e os doughnuts deles são mesmo incríveis.

Babka de doce de leite com farofinha de canela
receita minha

Massa:
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
¾ xícara (180ml) de leite integral morno
½ xícara (100g) de açúcar cristal ou refinado
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
2 ovos grandes, temperatura ambiente
1 gema grande, temperatura ambiente
3 ½ xícaras + 1 colher (sopa) – 500g – de farinha de trigo comum
1 pitada de sal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
½ tablete (100g) de manteiga sem sal, amolecida

Farofinha:
3 colheres (sopa) de açúcar cristal
2 colheres (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir
1 colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
1 xícara (140g) de farinha de trigo
4 ½ colheres (sopa) - 63g - de manteiga sem sal, derretida e fria

Recheio:
1 ¼ xícaras de doce de leite firme

Para pincelar:
1 ovo
1 colher (chá) de água

Comece preparando a massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento, o leite e 1 colher (chá) do total de açúcar e misture com um garfo. Reserve até espumar. Junte o restante do açúcar, a noz-moscada, os ovos, a gema, a farinha, o sal e a baunilha e bata com a batedeira até obter uma massa lisa, cerca de 5 minutos. Vá acrescentando a manteiga aos poucos, batendo a cada adição. Quando a massa estiver lisa e elástica, cubra com filem plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por cerca de 1 ½ horas, ou até dobrar de volume.

Enquanto isso, prepare a farofinha: em uma tigela média, misture com um batedor de arame os açúcares, a canela, o sal e a farinha. Adicione a manteiga e misture com uma espátula de silicone até que a mistura pareça uma farofa grossa. Leve à geladeira.

Montagem da babka: divida a massa em duas partes iguais. Unte com manteiga duas formas de bolo inglês de 20x12cm. Em uma superfície levemente enfarinhada, abra uma das metades da massa com um rolo até obter um retângulo de aproximadamente 25x40cm, com o lado mais longo virado para você. Espalhe metade do doce de leite sobre a massa uniformemente, deixando uma beirada de 1cm sem recheio. Começando pela parte inferior da massa, enrole como se fosse um rocambole, formando um cilindro.
Vire a massa fazendo com que a emenda fique virada para baixo. Segure as duas pontas da massa, torça-a gentilmente e coloque na forma preparada. Repita o procedimento com a outra metade de massa e recheio. Cubra as babkas com filme plástico e deixe crescer novamente por 1 hora.

Pré-aqueça o forno a 200°C. Coloque o ovo e a água em uma tigelinha e bata ligeiramente com um garfo. Pincele as babkas com a mistura e espalhe sobre elas a farofinha de canela, pressionando levemente com a palma da mão para aderir. Asse por cerca de 30-40 minutos ou até que as babkas estejam bem douradas. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por cerca de 25 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha – fique ciente de que algumas migalhas da cobertura se desprenderão dos pães ao desenformá-los.

Rend.: 2 babkas, que servem cerca de 8 fatias cada

quinta-feira, setembro 12, 2019

Salada de tomate, pepino, queijo e avocado para verão em pleno começo de setembro


Salada de tomate, pepino, queijo e avocado

Obrigada pelas dicas de sites com receitas vegetarianas – sempre sei que posso contar com vocês e que responderão com carinho as minhas perguntas!

Ainda não consegui ver todas as sugestões, e talvez porque logo na primeira já fiquei decepcionada – ao xeretar o blog Papa Capim, deparei com a autora chamando comida de “secreção”. Fiquei tão enojada, desanimei na hora e não pretendo voltar mais lá: não há receita boa que me faça achar normal esse tipo de coisa. Tenho para mim que é por esse tipo de comentário que tanta gente tem birra do veganismo.

Acabei também comprando dois livros, edições para o Kindle mesmo, porque lá em casa está faltando espaço para livro, e no final de semana vou dar uma espiada nos vídeos dos meninos do Bosh no Youtube.

Hoje tem foto, mas nem tem receita, porque esta salada é algo que faço sempre em casa e no olho mesmo: junto tomate cereja, pepino, feta ou queijo minas frescal em quadradinhos (se uso o último tomo um comprimido de lactase antes de comer), avocado, salsinha fresca e pedacinhos de pão sírio torrado no forno. Jogo por cima um molhinho bem básico feito com azeite, suco de limão, mostarda de Dijon, sal e pimenta. Tem sido uma refeição perfeita para os dias loucos de verão que andam aparecendo ainda no inverno.

quarta-feira, maio 29, 2019

Pãezinhos de centeio e provolone - mais do que uma receita


Pãezinhos de centeio e provolone

Hoje a receita é meio receita, meio tática para tirar pensamentos ruins da cabeça. :)

Estes pãezinhos, absolutamente lindos e deliciosos (olha a modéstia), não são a receita mais rápida que vocês verão aqui no TK, confesso, mas é bárbara para aqueles dias em que a gente está pooota/triste com alguma coisa e quer mais é desanuviar os pensamentos, mesmo. Ter que dividir a massa em várias porções iguais, rechear cada uma delas com queijo, depois fazer bolinhas, em seguida amontoar as bolinhas na forma... Isso sem contar ter que cortar o provolone em 54 pedacinhos enquanto a massa cresce – é meditação pura esse pão, gente. :D

Não se preocupe se não tiver a farinha de centeio – dá pra fazer a receita usando 2 ½ xícaras de farinha de trigo comum, sem problema. Mas se for possível, experimente a versão com centeio, pois o sabor amendoado da farinha combina de maneira deliciosa com o salgadinho do provolone.

Pãezinhos de centeio e provolone

Pãezinhos de centeio e provolone
receita minha

Massa:
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar
½ xícara (120ml) de leite integral morno
¼ xícara (60ml) de água morna
½ xícara (70g) de farinha de centeio fina (compro aqui)
2 xícaras (280g) de farinha de trigo comum (gosto da Mirella)
1 colher (chá) de sal
1 ovo
3 colheres (sopa) – 42g – de manteiga sem sal, amolecida

Recheio e cobertura:
85g de provolone, cortado em 56 pedacinhos iguais
1 ½ colheres (sopa) – 21g – de manteiga sem sal, derretida e fria
3 colheres (sopa) de provolone passado no ralador grosso – rale, depois meça

Comece preparando a massa: na tigela da batedeira, junte o fermento, o açúcar, o leite e a água, misturando com um garfo. Reserve por 5 minutos até que a mistura borbulhe. Acrescente as farinhas, o sal, o ovo e a manteiga e misture com o batedor para massas pesadas por 8-10 minutos ou até obter uma massa lisa e macia, que se desprende das laterais da tigela (ou sove na mão por 14-18 minutos). Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela levemente untada com manteiga e cubra com filme plástico. Deixe crescer em um lugar livre de correntes de vento por cerca de 1 ½ horas, ou até a massa dobrar de volume.

Dê um soquinho na massa e retire o excesso de ar. Divida em 54 porções iguais (eu uso a balança para que todas as porções tenham o mesmo peso). Achate cada bolinha de massa até obter um disco, coloque dentro do disco um pedacinho de provolone e feche, apertando bem as emendas, e em seguida enrole a massa até obter uma bolinha. Repita o processo com toda a massa e todo o provolone. Unte uma forma de muffins com manteiga. Coloque 6 bolinhas de massa em cada cavidade (a receita rende 9 pãezinhos). Pincele cada montinho de massa com a manteiga derretida e polvilhe com o provolone ralado. Cubra a forma de maneira frouxa com um pano de prato limpo e seco e deixe os pãezinhos crescerem novamente por 40 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200C.

Leve os pãezinhos ao forno por cerca de 25 minutos ou até dourarem bem. Retire do forno, transfira para uma gradinha e deixe esfriar por 5 minutos. Com cuidado, remova os pãezinhos da forma e transfira para a gradinha. Sirva mornos ou em temperatura ambiente. Os pãezinhos ficam ótimos por até 2 dias se reaquecidos no forno antes de serem servidos – depois de frios, guarde em um recipiente hermético bem tampado em temperatura ambiente.

Rend.: 9 unidades

quarta-feira, maio 22, 2019

Pão 100% integral e pequenas metas

English version

Pão 100% integral

Levanta a mão quem, como eu, faz resoluções de ano novo e depois de um tempo percebe que deu o passo maior que a perna, prometendo coisas que não consegue cumprir, estabelecendo metas que só causam frustração? :\

Temos que escolher nossas batalhas, e as que escolhi e tenho conseguido lutar são as de voltar a ver prazer em cozinhar e comer melhor, e uma está bastante ligada à outra, é bem verdade. Voltei a fazer meu leite vegetal em casa (confesso que às vezes dá uma preguiça gigante, mas tudo bem) depois de passar alguns meses tomando leite sem lactose: é prático demais abrir a caixinha de leite e despejar na xícara, claro, mas já percebo a pança menos inchada. Pequenas vitórias que comemoro todos os dias. Também tenho feito meu pão para levar na marmita do café da manhã para o trabalho e me sinto virtuosa ao comer meu pãozinho caseiro, delicioso, e que me deixa saciada até perto da hora do almoço (quando comia o pão na chapa comprado no térreo do prédio sentia fome pouco tempo depois). Faço um filão de pão no domingo, congelo em fatias e elas me rendem o suficiente para a semana inteira.

Andei fazendo um pão que levava farinha branca + farinha de centeio e ficou uma delícia – qualquer hora divido a receita com vocês. Quando vi um pão feito com 100% de farinha integral no site da King Arthur Flour tive que testar: amo pães integrais e os comentários eram bem positivos (aliás, se você entende inglês e gosta de baking, o site deles é imperdível). Adaptei um nada da receita, diminuindo a quantidade de mel, omitindo o leite e jogando uns flocos de aveia por cima, pra deixar bem lindo. Espero que gostem tanto quanto eu.

UPDATE
: fiz o pão substituindo 50g da farinha integral por flocos de quinoa e ficou delicioso, incrivelmente macio!

Pão 100% integral


Pão 100% integral
Um nadinha adaptado daqui

1 xícara (240ml) de água morna
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
¼ xícara (60ml) de óleo vegetal – usei canola
2 colheres (sopa) de mel
400g de farinha de trigo integral – prefiro usar uma farinha fina, como a Mãe Terra; geralmente uso a Mirella refinada em tudo, mas a Mirella integral acho grosseira demais
1 ¼ colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de aveia em flocos grossos

Coloque a água e o fermento na tigela da batedeira (ou em uma tigela grande se for sovar na mão). Espere espumar, cerca de 5 minutos. Adicione o óleo, o mel, a farinha e o sal e misture com uma espátula. Sove na batedeira com o gancho para massas pesadas por 10 minutos, ou na mão por 15-17 minutos, ou até obter uma massa homogênea, lisa e sedosa, que descola nas laterais da tigela/das mãos. Cubra com filme plástico e deixe crescer por 1 ½ horas a 2 (se estiver muito frio a massa demora mais para crescer).

Unte muito levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa.
Dê um soquinho no centro da massa para retirar o excesso de ar. Em uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa até obter um retângulo de aproximadamente 30x20cm. Enrole-o como um rocambole, formando um cilindro, e ajeite com as mãos para que ele caiba na forma, deixando a emenda virada para baixo. Cubra com filme plástico ou um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40 minutos. Enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.
Quando o pão terminar de fermentar, pincele a superfície dele com um pincel embebido em água e polvilhe com a aveia, pressionando bem de leve para que os grãos grudem (alguns vão se desprender quando o pão estiver assado, não se preocupe). Leve ao forno for 30 minutos ou até dourar bem – para verificar se o pão está pronto dê batidinhas na superfície com os nós dos dedos: o som deve ser de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 8-10 fatias

sexta-feira, julho 27, 2018

Pão de hambúrguer e mais livros


Pão de hambúrguer

Hoje é sexta-feira (finalmente – que semana longa!) e a receita que trago hoje tem todo o jeitão de final de semana: pão de hambúrguer caseiro!

De uns tempos pra cá tenho feito hambúrguer com pão francês, mas fiz muito os pãezinhos abaixo no passado. Eles ficam macios e corados e absorvem perfeitamente os sucos da carne. Como nem sempre dá tempo de fazer pão caseiro, eu preparava a receita e os 4 pãezinhos que sobravam depois do almoço ou jantar iam para o freezer, onde podem ficar por até 2 meses. Infelizmente a correria do dia a dia nos força a consumir alguns alimentos industrializados, mas acho que vale a pena fazer os pãezinhos de hambúrguer que lhes trago hoje pelo menos uma vez, para experimentar.

Aproveito para lembrar que estou vendendo alguns dos meus livros de receita. Vale a pena dar uma olhada na lista de vez em quando, pois a tenho incrementado com alguns outros volumes que não estavam listados na primeira leva. Clique aqui para ver a lista.

Pão de hambúrguer
receita minha

- xícara medidora de 240ml

2/3 xícara (160ml) de água morna
1/3 xícara (80ml) de leite morno
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
2 colheres (chá) de açúcar cristal
1 ovo grande
3 xícaras (420g) de farinha de trigo
½ xícara (70g) de farinha de trigo integral
1 colher (chá) de sal
3 colheres (sopa) - 42g - de manteiga sem sal, amolecida

Para pincelar os pãezinhos:
1 ovo grande
1 colher (chá) de água

Na tigela grande da batedeira, junte a água, o leite, o fermento e o açúcar. Misture com um garfo e reserve por aproximadamente 5 minutos ou até espumar.
Junte o ovo, a farinha de trigo, a farinha integral e o sal e sove com a batedeira usando o batedor em formato de gancho por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica. Aos poucos, com a batedeira ligada, vá juntando a manteiga aos pedacinhos, deixando a massa absorver uma porção antes de adicionar outra. Bata por mais 2 minutos. Caso deseje, faça todo o processo à mão – fará um pouco mais de meleca, mas dá certo também. :)

Transfira a massa para uma tigela grande untada com manteiga. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por cerca de 1 ½ horas, ou até dobrar de volume.

Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar. Divida a massa em 6 porções – cada uma terá aproximadamente 140g. Forme uma bolinha com cada porção e achate-a levemente com a palma da mão. Transfira para uma assadeira rasa e grande forrada com papel alumínio, cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Em um potinho, bata o ovo e a água juntos com um garfo. Delicadamente, pincele cada pãozinho com o ovo batido, deslizando o pincel com cuidado, de baixo para cima nos pãezinhos, sem pesar a mão para não achatar. Leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourar bem. Transfira para uma gradinha e deixe esfriar completamente antes de cortar.

Rend.: 6 unidades

quarta-feira, julho 11, 2018

Pão de azeitona e queijo


Pão de azeitona e queijo

Há muitos anos rolam nos blogs de comida versões do pão sem sova do Jim Lahey, e eu fui mais lerda do rolê e demorei séculos para fazer a receita, depois de a Marcinha me convencer a prová-la (obrigada, querida!). A receita é maravilhosa, mesmo, e acabou popularizada aqui no Brasil pela Rita Lobo (apesar de ela ter dado crédito ao Luiz Américo Camargo a receita usada por ela no Cozinha Prática é idêntica à do Jim Lahey).

O que eu fiz, há muito tempo, quando ainda testava receitas para o livro, foi usar a técnica do Jim de assar o pão dentro da panela, mas usando uma massa minha, de fermentação mais rápida. Como aqui em casa somos vorazes consumidores de azeitonas, coloquei um bom punhado de azeitonas verdes e pretas na massa e completei com outra porção generosa de parmesão (para vocês terem ideia de como a receita é antiga, eu ainda não tinha intolerância à lactose). O pão é delicioso e úmido, vai lindamente bem com sopas ou em uma tábua de queijos e frios.

Hoje em dia faço a mesma receita, mas omito o queijo e aumento a quantidade total de farinha de trigo para 2 ½ xícaras (350g) e aumento o sal para 1 colher (chá) – o pão fica gostoso, também, mas confesso que o parmesão dá um toque bem especial ao pão.

Ah, lembrando a quem quiser comprar os meus livros: a lista está aqui.

Pão de azeitona e queijo
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 xícara (240ml) de água morna
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo comum, uso dividido
1 xícara (140g) de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de sal
1 xícara (150g) de azeitonas verdes, sem os caroços e grosseiramente picadas
1 xícara (150g) de azeitonas pretas, sem os caroços e grosseiramente picadas
1 ¼ xícaras (125g) de parmesão, grosseiramente ralado – rale, depois meça

Na tigela da batedeira planetária, misture com um garfo a água, o fermento e o açúcar. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte o azeite, 2 xícaras (280g) da farinha branca, a farinha integral e o sal e bata com o batedor para massas pesadas em velocidade média até obter uma massa lisa e elástica, cerca de 8 minutos – se sovar na mão, 12-15 minutos. Acrescente o queijo e as azeitonas e misture bem para distribuir os ingredientes por toda a massa – as azeitonas dão umidade à massa e, por isso, caso a massa fique líquida demais, acrescente o ¼ xícara de farinha restante. Se não precisar, não acrescente. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande pincelada com azeite e cubra com plástico filme. Deixe crescer em um lugar morninho da cozinha, longe de correntes de ar, até dobrar de volume, 1 ½ horas.

Quando a massa crescer, divida-a em duas partes iguais e formate cada uma como uma bola (ou se preferir faça um pão só, maior e mais alto) - aqui tenho feito a dica da Rita ligeiramente adaptada: formo as bolas em cima de um pedaço de papel alumínio polvilhado com um pouco de farinha integral: na hora de colocar na panela, só viro a bola de cabeça para baixo, segurando pelo papel.
Deixe crescer novamente, cobertas com um pano de prato limpo e seco, por mais 40 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 220°C. 25 minutos antes de assar os pães coloque no forno duas panelas de ferro, esmalte ou cerâmica de 20cm de diâmetro (que possam ir ao forno, tenham tampa, e sem nenhum material que possa derreter) e deixe preaquecer – eu testei a receita com uma tigela de cerâmica sem tampa e usei com ela uma tampa de panela de inox, mas que não encaixava perfeitamente. O pão deu certo, mas não ficou tão bonito quanto o outro assado em uma panela bem fechada.
Retire as panelas do forno com cuidado, transfira as bolas de massa para cada uma delas, tampe e volte ao forno. Asse por 30 minutos. Retire a tampa e deixe os pães mais 20 minutos no forno, para que dourem. Retire as panelas do forno com cuidado, vire os pães sobre uma gradinha e deixe esfriar. Sirva mornos ou em temperatura ambiente – os pães ficam ótimos até 3 dias depois se reaquecidos rapidamente no forno.

Rend. 2 pães mais baixinhos, ou 1 pão grande e alto


sexta-feira, junho 22, 2018

Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula, comentários e um seriado


Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula

Minha rotina é puxada e eu fico bem feliz quando me sobra tempo para escrever aqui no blog. É terapêutico para mim. Não consigo sempre responder os comentários de vocês, mas saibam que leio um a um, com um carinho enorme. E nos dias em que bate a bad e a tristeza me joga no chão eu leio novamente os comentários, novamente um a um, e são como um bálsamo. Por isso, muito obrigada por virem aqui me visitar e deixar o afeto de vocês em forma de comentários. <3


Algumas de vocês me contaram nos comentários que gostam de quando escrevo sobre filmes e seriados, faz tempo que não faço isso direito. Mencionei “Trust” outro dia, mas ainda estava na metade da temporada. Fiquei bem interessada quando li sobre o que se tratava – o sequestro de John Paul Getty III e a confusão danada causada pelo avô que não queria pagar o resgate – mas ao mesmo tempo tinha “Todo o Dinheiro do Mundo” na minha lista, com Christopher Plummer e Michelle Williams, atriz que eu achei um picolé de chuchu por anos a fio até vê-la como Marilyn (daí caí de amores por ela). Ao ler que “Trust” tinha Donald Sutherland como o velho pão duro e Danny Boyle como produtor e diretor me joguei de cabeça. :)

O seriado é realmente excelente e nem tinha como ser diferente, mas as surpresas são mesmo a volta de Brendan Fraser, ator cujo único trabalho bom até então havia sido “Deuses e Monstros” (que filmaço, meu deus) e Harris Dickinson, que segura um rojão nada fácil de maneira grandiosa – Angelina nada boba que é já colocou o menino em “Malévola 2”. Pensando nele e seus cabelos alaranjados e suas muitas sardas eu trago a receita de hoje: o bom e velho rolinho de canela, ou cinnamon roll, perfumado e dourado de laranja e pintado de sementes de papoula.

Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula

Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula
receita minha

Massa:
½ xícara (120ml) de leite integral morno
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
2 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
raspas da casca de 1 laranja grande
1 ovo grande, temperatura ambiente
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, amolecida
1/3 xícara (80ml) de suco de laranja
1 pitada de sal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
3 ½ xícaras (490g) de farinha de trigo comum
2 colheres (sopa) de sementes de baunilha

Recheio:
½ xícara (100g) de açúcar cristal
raspas da casca de 1 laranja grande
1 colher (chá) de canela em pó
3 colheres (sopa) – 42g – de manteiga sem sal, amolecida

Glacê:
½ xícara (70g) de açúcar de confeiteiro, peneirado – meça, depois peneire
1-2 colheres (sopa) de suco de laranja

Rolinhos de laranja, canela e sementes de papoula

Comece pela massa: na tigela da batedeira planetária, misture com um garfo o leite, ½ colher (chá) do açúcar e o fermento. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Enquanto isso, em uma tigelinha, misture o açúcar restante e as raspas de laranja com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte o ovo, a manteiga, o suco de laranja, o sal, a baunilha, a farinha e as sementes de papoula e misture com o batedor para massas pesadas em velocidade média até obter uma massa lisa e elástica, cerca de 8 minutos – se sovar na mão, 12-15 minutos. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande pincelada com manteiga e cubra com plástico filme. Deixe crescer em um lugar morninho da cozinha, longe de correntes de ar, até dobrar de volume, 1 ½ horas.

Recheio: em uma tigelinha, misture o açúcar e as raspas de laranja com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Junte a manteiga e a canela e misture bem.

Forre uma forma redonda de 23cm com papel manteiga e unte-o com manteiga. Dê um soquinho na massa para remover o excesso de ar. Sobre uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa com um rolo até obter um retângulo de 30x50cm. Espalhe o recheio sobre a massa usando uma espátula de silicone, deixando uma borda de 1cm. Começando por um dos lados mais longos, enrole a massa de maneira firme, formando um cilindro. Corte em 10 fatias iguais e coloque cada uma delas lado a lado na forma preparada com o lado cortado virado para cima. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40-60 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Asse os pãezinhos por 25-30 minutos ou até que fiquem bem dourados e assados por dentro.

Enquanto isso, faça o glacê: em uma tigelinha, misture o açúcar e o suco de laranja até obter uma calda espessa. Reserve.

Retire os pães do forno e deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos. Desenforme com cuidado transferindo os pãezinhos para a gradinha e remova o papel manteiga. Regue com o glacê. Sirva mornos ou em temperatura ambiente.

Os pãezinhos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 3 dias.

Rend.: 10 unidades

segunda-feira, março 12, 2018

Pão de forma do meu jeito (sem lactose)

English version

Simple breakfast bread / Pão de forma do meu jeito

Estava em busca de uma receita de pão de forma para fazer sanduíches, transformar em torrada no café da manhã, ou seja, tudo o que a gente faz com pão de forma de pacote. Em casa não consumimos mais este tipo de produto e as versões caseiras que eu vi por aí levavam leite ou manteiga (ou ambos). Pensei em fazer o pão de aveia da Kim Boyce, que é delicioso, substituindo a manteiga por azeite, mas o modo de preparo não era tão simples quanto eu queria naquele momento.

Fui até o site da King Arthur Flour e dei o meu toque a esta receita de pão deles: um pouco de farinha integral, outro punhado de aveia, nada de leite ou manteiga. Não é um pão leve como um pão de forma industrializado e é justamente por isso que gostei tanto do resultado, mas a surpresa veio mesmo com o meu sobrinho de três anos: ao ver o pão esfriando na bancada, ele pediu um pedaço. Dei um quadradinho minúsculo para ele provar, certa de que ele não iria gostar de um pão denso como aquele, mas ele devorou rapidinho e pediu bis (e tris). :)

Pão de forma do meu jeito
um tiquinho adaptado daqui

- xícara medidora de 240sml

1 1/3 xícaras (320ml) de água morna
1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (sopa) de açúcar demerara – usei pelo sabor caramelado; pode ser substituído por açúcar cristal
½ colher (sopa) de mel
1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
3 xícaras (420g) de farinha de trigo comum
½ xícara (70g) de farinha de trigo integral
1/3 xícara (30g) de aveia em flocos
1 ½ colheres (chá) de sal

Coloque a água, o fermento, o açúcar e o mel na tigela de uma batedeira planetária e misture com um garfo. Reserve até espumar. Junte o azeite, as farinhas, a aveia e o sal e bata com o batedor de gancho por 8-10 minutos ou até obter uma massa elástica e homogênea – se sovar na mão, 12 minutos são suficientes. Transfira para uma tigela grande levemente pincelada com azeite, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar quentinho, livre de correntes de ar, por 1 ½ horas ou até dobrar de volume.

Pincele com azeite uma forma de bolo inglês com capacidade para 5 xícaras de massa. Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar e transfira para uma superfície levemente enfarinhada. Abra com um rolo formando um retângulo grande, e em seguida dobre como uma carta comercial, fazendo com que fique da largura da forma. Transfira para a forma, cubra e deixe crescer novamente em um lugar quentinho, livre de correntes de ar, por 1 hora – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Asse o pão por cerca de 30 minutos ou até que cresça e doure bem - para verificar se o pão está pronto dê batidinhas na superfície com os nós dos dedos: o som deve ser de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: cerca de 10 fatias

sexta-feira, janeiro 26, 2018

Panzanella com um toque espanhol - perfeita para o final de semana

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Panzanella with a Spanish touch / Panzanella com um toque espanhol

Eu me lembro da primeira vez em que fiz uma panzanella em casa: foi uma revelação. Quem poderia imaginar que uma salada feita com pão amanhecido seria tão deliciosa? Os italianos, claro. :)

Por mais que eu ame comida italiana – metade do meu sangue é italiano, aliás – adicione uns toques espanhóis à minha panzanella: chorizo crocante, grão-de-bico, vinagre de xerez no molho. A salada ficou incrível e é uma ótima ideia para almoço ou jantar nos dias quentes que estamos tendo aqui em São Paulo ultimamente (para deixar a salada ainda mais refrescante, adicione um pepino japonês em fatias bem finas). A salada vai bem também em finais de semana preguiçosos como o que pretendo ter. :)

Panzanella com um toque espanhol
receita minha

- xícara medidora de 240ml

½ cebola roxa, descascada e cortada ao meio
1 colher (sopa) de vinagre de xerez – ou use o vinagre que preferir
2 xícaras de cubos de pão amanhecido (os cubos devem ter aproximadamente 2cm)
3 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
3 tomates bem maduros, sem as sementes e cortados em pedaços grandes
100g de chorizo em cubinhos
¾ xícara (127g) de grão-de-bico cozido e escorrido
½ colher (chá) de mostarda de Dijon
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de manjericão fresco

Corte a cebola em meias-luas bem fininhas, transfira para uma tigelinha, regue com o vinagre e deixe descansar por 15 minutos ou pelo tempo necessário para preparar as outras etapas da salada.

Preaqueça o forno a 180°C. Forre uma assadeira rasa com papel manteiga ou papel alumínio, espalhe os cubos de pão sobre ele e regue com 1 colher (sopa) do azeite. Leve ao forno por cerca de 8 minutos ou até o pão dourar. Retire do forno e reserve.
Enquanto isso, aqueça uma frigideira antiaderente em fogo alto. Junte os cubinhos de chorizo e frite, mexendo algumas vezes, até dourar. Transfira os cubinhos para um prato forrado com papel toalha.

Transfira o pão, o chorizo, os tomates e o grão-de-bico para uma travessa grande. Escorra a cebola à salada (reserve o vinagre para fazer o molho da salada). Ao vinagre da tigelinha junte o azeite restante, a mostarda, o sal e a pimenta do reino e misture bem. Despeje sobre a salada, misture bem e reserve por 30 minutos. Junte o manjericão e sirva em seguida.

Rend.: 2 porções

quarta-feira, janeiro 10, 2018

Focaccia de alho assado e pecorino

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Roasted garlic pecorino focaccia / Focaccia de alho assado e pecorino

Posso dizer que depois da adorável Ina Garten minha apresentadora favorita do Food Network é a Rachael Ray: ela é divertida e sua comida sempre parece deliciosa, apesar de eu quase sempre achar as porções um pouco generosas demais. :)

Ela sempre fala sobre o quanto ama alho e super me identifico: tenho a mão pesada na hora de adicionar alho na comida (vai ver é por isso que lá em casa dificilmente alguém fica gripado) e geralmente dobro a quantidade pedida em receitas. E alho assado, então? Amo tanto que tive que colocar o ingrediente em uma massa de focaccia. Ficou deliciosa, mas se você não é tão fã assim de sabores fortes pode cortar a quantidade de alho pela metade e substituir o pecorino por parmesão.

Roasted garlic pecorino focaccia / Focaccia de alho assado e pecorino


Focaccia de alho assado e pecorino
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Para o alho assado:
1 cabeça de alho grande, inteira
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem

Massa da focaccia:
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
¼ colher (chá) de açúcar cristal
300ml de água morna
3 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem + um pouquinho extra para regar a focaccia
3 ¼ xícaras (455g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de sal
1/3 xícara de queijo pecorino ralado fininho – rale, depois meça
2 colheres (sopa) de tomilho fresco, só as folhas

Pré-aqueça o forno a 180°C. Coloque a cabeça de alho inteira em um pedaço médio de papel alumínio, regue com o azeite e feche o papel, apertando bem as extremidades para que o azeite não vaze. Coloque o pacotinho em uma assadeira pequena e leve ao forno por cerca de 45 minutos ou até que o alho esteja macio. Retire do forno e, com cuidado para não se queimar com o vapor, abra o pacotinho para que o alho possa esfriar levemente. Assim que conseguir manusear o alho sem se queimar, remova a polpa das cascas, coloque em um pratinho e amasse bem com um garfo até obter um purê (reserve o azeite que ficou no papel alumínio).

Na tigela da batedeira planetária, ou em uma tigela grande caso vá sovar a focaccia com as mãos, junte o fermento biológico, o açúcar e a água morna. Misture com um garfo e reserve por cerca de 5 minutos ou até que a mistura espume. Acrescente o azeite, a farinha, o sal e metade do pecorino. Bata com o batedor em formato de gancho em velocidade média por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e homogênea – se sovar na mão, 10-12 minutos. Junte o alho amassado, metade das folhinhas de tomilho e incorpore bem. Transfira a massa para uma tigela grande pincelada com azeite, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar livre de correntes de ar até que a massa dobre de volume, cerca de 1 hora e meia – em dias muito frios eu ligo o forno e deixo a cozinha mais morninha para que a massa cresça bem.

Unte com azeite uma assadeira rasa de aproximadamente 30x45cm. Transfira a massa para a assadeira preparada com cuidado para não perder o ar e formate-a em um oval de mais ou menos 30x20cm. Polvilhe com farinha as pontas dos três dedos centrais de uma das mãos e faça furinhos em toda a extensão da massa (sem deixar que atravessem o fundo). Meça o azeite que sobrou do alho assado e acrescente azeite (se necessário) até completar 1 colher (sopa). Regue a focaccia com este azeite, salpique com o tomilho e o pecorino restantes. Deixe crescer novamente em um lugar quentinho, livre de correntes de ar, por cerca de 20 minutos ou até estufe levemente e quase dobre de volume – enquanto isso, preaqueça novamente o forno, desta vez para assar a focaccia, a 200°C.

Asse até que a foccacia doure bem, 25-30 minutos. Retire do forno e, com o auxílio de uma espátula grande de metal, transfira para uma gradinha. Sirva morna ou em temperatura ambiente – a focaccia pode ser guardada em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 2 dias e fica como fresca novamente depois de alguns minutos no forno quente.

Rend.: 8-10 porções

quinta-feira, novembro 23, 2017

Grissini de orégano fresco e gorgonzola

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Gorgonzola and fresh oregano grissini / Grissini de orégano fresco e gorgonzola

Em casa somos os reis dos belisquetes, especialmente aos finais de semana, e isso me veio à mente no sábado passado enquanto montava um prato de pão, queijos e frutas para o jantar: uma taça de vinho e a refeição estava perfeita.
Há vezes em que jantamos guacamole com tortillas caseiras e é claro que há também os dias em que não quero passar nem perto da cozinha: entra em cena a pizza. :)

Quem estiver um pouco mais animado do que eu deve provar estes grissini: são uma delícia e combinam com o prato de queijos e frutas (e com vinho, também, claro). :)

Grissini de orégano fresco e gorgonzola
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal
200ml de água morna
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1/3 xícara (46g) de farinha de trigo integral
3 colheres (sopa) de azeite de oliva + um pouquinho extra para pincelar os grissini
1 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de folhas de orégano fresco – aperte-as na colher na hora de medir
50g de gorgonzola ralado grosseiramente, ou esmigalhado se for bem macio
3 colheres (sopa) de parmesão ralado bem fininho

Na tigela da batedeira, junte o fermento biológico, o açúcar e a água morna. Misture com um garfo e reserve por 5 minutos ou até que espume bem. Acrescente a farinha de trigo, a farinha integral, o azeite e o sal. Sove na batedeira planetária usando o batedor de gancho (ou o equivalente para massas pesadas) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se sovar na mão, levará entre 10 e 12 minutos. Incorpore o orégano e o gorgonzola, misture bem, forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe descansar por 1 hora e meia, aproximadamente, ou até dobrar de volume, em um lugar morninho, livre de correntes de ar.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel alumínio e pincele o papel com azeite.
Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar. Divida a massa em 24 porções iguais e com cada uma dela forme um cordão de aproximadamente 30cm de comprimento – se a massa estiver grudando muito, polvilhe com um pouquinho de farinha na superfície, mas não exagere para não deixar a massa ressecada. Arrume-os nas assadeiras preparadas deixando 2cm entre um cordão de massa e outro. Pincele com azeite, pincele com o parmesão e leve ao forno por 20-25 minutos ou até que fiquem bem dourados.
Transfira as assadeiras para gradinhas e deixe que os grissini esfriem completamente.

Rend.: 24 porções

quarta-feira, setembro 27, 2017

Pãezinhos de maçã e canela com cobertura de cream cheese

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Apple cinnamon rolls with cream cheese icing / Pãezinhos de maçã e canela com cobertura de cream cheese

Fazer pão é uma das minhas atividades preferidas na cozinha (apesar de ultimamente eu não ter colocado a mão na massa tanto quanto gostaria) e a não ser que você tenha acesso a boas padarias artesanais é o único jeito garantido de ter pão de qualidade na mesa.

Estes pãezinhos de maçã foram a minha ideia de transformar o já batido cinnamon roll em algo mais especial ainda, para que as pessoas se interessassem novamente por ele – mais ou menos o que Nic Pizzolatto fez ao escalar Mahershala Ali para a temporada 3 de “True Detective”, depois daquela segunda temporada bem mais ou menos. :D

Fiquei bem feliz com a receita: os pãezinhos ficaram bem macios e perfumados de canela e o azedinho da cobertura de cream cheese combinou lindamente com as maçãs. Os pães desapareceram rapidinho nas vezes em que os preparei e da próxima quero usar peras + noz-moscada em vez de maçã + canela – acho que ficarão tão gostosos quanto estes.

Pãezinhos de maçã e canela com cobertura de cream cheese
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
200ml de leite integral
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada
2 ¼ colheres (chá) - 7g - de fermento biológico seco
¼ xícara + 2 colheres (sopa) - 75g - de açúcar cristal
1 ovo grande, temperatura ambiente
1 pitada de sal
½ colher (chá) de extrato de baunilha
3 ¼ xícaras (455g) de farinha de trigo comum

Recheio:
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, amolecida
4 maçãs Granny Smith (cerca de 650g), descascadas, sem os miolos e as sementes, em cubinhos pequenos*
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
¼ xícara (44g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir
1 ½ colheres (chá) de canela em pó

Cobertura:
½ xícara (113g) de cream cheese, bem molinho
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, bem molinha
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 xícara (140g) de açúcar de confeiteiro, peneirado – meça, depois peneire

Comece preparando a massa: em uma panelinha aqueça o leite até que comece a ferver. Retire do fogo, junte a manteiga e deixe derreter. Assim que a mistura estiver morna, despeje na tigela da batedeira planetária e junte o fermento biológico e o açúcar, misturando bem. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Acrescente o ovo, o sal, a baunilha e a farinha bata com o batedor em formato de gancho em velocidade média por cerca de 8 minutos ou até que uma massa lisa e elástica se forme – se preferir, sove à mão por 12-15 minutos. Transfira a massa para uma tigela grande levemente untada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por cerca de 1 ½ horas, ou até dobrar de volume.

Unte generosamente com manteiga uma assadeira de 20x30cm. Reserve.
Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada e abra com um rolo, formando um retângulo de 30x40cm. Espalhe a manteiga sobre toda a massa, deixando 1cm de borda sem manteiga. Em uma tigela média, misture bem as maçãs com os açúcares e a canela. Espalhe sobre a camada de manteiga e, começando pelo lado mais longo, enrole a massa firmemente em um cilindro. Corte em 12 fatias iguais e arrume-as lado a lado na forma preparada. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40-45 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Asse os pãezinhos por 25-30 minutos ou até que cresçam e dourem bem. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então desenforme sobre a gradinha com cuidado. Faça a cobertura: em uma tigela pequena, bata bem os ingredientes até obter um creme liso. Espalhe nos pãezinhos ainda quentes e deixe esfriar (ou sirva mornos, ficam deliciosos).

* é importante que os pedaços de maçã sejam pequenos para que eles assem direitinho dentro da massa

Rend.: 12 unidades

quarta-feira, agosto 16, 2017

Pãezinhos de coco e creme azedo (sour cream) e sabores que dividem as pessoas

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Coconut sour cream buns / Pãezinhos de coco e creme azedo (sour cream)

Eu achava que era a louca dos doces até começar a trabalhar no meu emprego atual, dois anos atrás: meus colegas de escritório são viciados em tudo quanto é tipo de doce, e sendo uma empresa suíça vocês podem imaginar a quantidade absurda de chocolate que chega pra gente sempre que alguém vem ou volta da matriz para cá. :)

Um dos executivos mantém um vidro de doces na mesa dele e todos podem se servir quando bate aquela vontade de comer um docinho. Quem viaja também contribui com o estoque de doces, o que acho bem bacana e generoso. Semana passada tivemos um debate sobre sabores por causa do tal vidro: minha chefe foi pegar um chocolate e como ela não fala português alertei-a de que os bombons eram recheados de coco. Ela me disse que ama coco, no que alguém respondeu que eca, odeia coco, e mais alguém disse que ama coco, e assim foi – ela então disse que coco é um daqueles sabores que dividem as pessoas: ou amam ou odeiam – como o coentro. :)

Sou parte do fã-clube do coco e adoro em tudo, até em preparações salgadas. Por isso fiquei um tempo querendo fazer pãezinhos de coco que levassem o ingrediente na massa e no recheio, e que também fossem bem macios, quase um briochinho. Fiz esta receita algumas vezes e fiquei feliz com resultado, por isso divido com vocês agora – os pãezinhos ficaram uma delícia e incrivelmente macios por causa da combinação de manteiga e creme azedo na massa.

Pãezinhos de coco e creme azedo (sour cream)
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
2 ¼ colheres (chá) de fermento biológico seco
¼ xícara (50g) de açúcar cristal
½ xícara (120ml) de água morna
½ xícara (120ml) de creme azedo (sour cream)*
1 gema de ovo grande
2 ½ xícaras (350g) de farinha de trigo comum
1 pitada de sal
1/3 xícara (33g) de coco ralado sem adição de açúcar
½ colher (chá) de extrato de baunilha
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, bem molinha

Recheio:
¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, bem molinha
2/3 xícara (66g) de coco em flocos sem adição de açúcar
4 colheres (sopa) de açúcar demerara (para dar mais textura; caso prefira, use o granulado)

Para pincelar e polvilhar os pãezinhos:
1 ovo + 1 colher (chá) de água, batidos com um garfo
3 colheres (sopa) de coco em flocos sem adição de açúcar

Comece preparando a massa: na tigela grande da batedeira planetária (você vai usar o batedor para massas pesadas), junte o fermento biológico, 1 pitada do açúcar e a água. Misture com um garfo e reserve até espumar, cerca de 5 minutos. Junte o creme azedo, a gema, o açúcar restante, a farinha, o coco e a baunilha e misture em velocidade média por cerca de 8 minutos ou até que uma massa lisa e elástica se forme. Aos poucos, vá acrescentando a manteiga, 1 colher (sopa) por vez, e misture bem em velocidade média após cada adição – a massa é bem molinha. Transfira para uma tigela grande levemente untada com manteiga, cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por cerca de 1 ½ horas, ou até dobrar de volume.

Unte generosamente com manteiga uma forma de muffins com 12 cavidades. Reserve.
Transfira a massa para uma superfície levemente enfarinhada e abra com um rolo, formando um retângulo de 30x40cm. Espalhe a manteiga sobre toda a massa, deixando 1cm de borda sem manteiga. Salpique com o açúcar e em seguida com o coco. Começando pelo lado mais longo, enrole a massa firmemente em um cilindro. Corte em 12 fatias iguais e arrume cada uma delas nas cavidades da forma de muffin. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40-45 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Pincele os pãezinhos com o ovo batido com água e salpique com o coco. Leve-os ao forno por cerca de 25 minutos ou até que cresçam e dourem bem. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então desenforme com cuidados (os pãezinhos são bem macios), transferindo-os para a gradinha e deixando esfriar completamente (eles também são uma delícia servidos mornos).

* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem espesso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)

Rend.: 12 unidades

quarta-feira, junho 28, 2017

Pide de carne e alho-poró

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Beef and leek pide / Pide de carne e alho-poró

Tenho quase certeza de que a primeira vez que vi/ouvi falar de pizza turca foi assistindo a um dos episódios da fantástica série “A Culinária Mediterrânea de Yotam Ottolenghi”, exibida pelo GNT há bastante tempo – o que ele fez de fato era chamado de lahmacun e parecia delicioso servido com uma saladinha fresca.

Passam-se vários meses e dei de cara com uma receita de pide em uma das revistas que assino (acho que na Delicious australiana – não estou bem certa, a cabeça anda pregando peças). A receita parecia similar ao lahmacun do Ottolenghi, porém o formato é de uma barquinha. Decidi pesquisar um pouco mais e acabei fazendo a minha versão da receita.

A primeira vez que fiz a pide foi para um almoço em um sábado preguiçoso e já esperava os elogios do João, pois ele adora esfiha. Entretanto, ele gostou tanto, mas tanto que da segunda vez em diante eu passei a fazer 1 receita e meia – 4 pides não são suficientes para nós dois. :D

Pide de carne e alho-poró
receita minha, inspirada em diversas outras

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 colher (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal
1/3 xícara (80ml) de água morna
¼ xícara (60ml) de leite integral morno
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo comum
¼ xícara (35g) de farinha de trigo integral
½ colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem

Recheio:
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 alho-poró grande, somente a parte clara (cerca de 120g), em rodelas
2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos
250g de carne bovina moída – gosto de patinho
1 colher (chá) de páprica defumada
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
1 punhado de folhas de salsinha fresca, picadas

Para pincelar a massa:
1 colher (sopa) de azeite de oliva extra virgem

Comece pela massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar, a água e o leite, misturando bem com um garfo. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte as farinhas, o sal e o azeite e misture usando o batedor para massas pesadas (em formato de gancho no caso da Kitchen Aid) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – a massa pode ser sovada com as mãos: neste caso, 12-14 minutos são suficientes. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande levemente untada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por cerca de 1 hora ou até dobrar de volume.

Enquanto a massa cresce, faça o recheio: aqueça a manteiga em uma panela grande em fogo médio até derreter. Junte o alho-poró e refogue, mexendo algumas vezes, até amaciar, uns 5 minutos. Junte o alho e refogue por 1 minuto ou até perfumar – não deixe queimar o alho para que a receita não fique amarga. Acrescente a carne e refogue, mexendo algumas vezes, até dourar, 5-7 minutos. Junte a páprica, os tomates, tempere com sal e pimenta e cozinhe por mais 3-5 minutos ou até que os tomates desmanchem levemente. Junte salsinha e retire do fogo. Deixe esfriar completamente antes de montar as pides.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande com papel alumínio.
Divida a massa em 4 porções iguais. Abra cada uma delas com um rolo, formando uma espécie de barquinha ovalada de aproximadamente 25cm de comprimento. Espalhe o recheio pelo meio da massa e então aperte as pontas da massa, finalizando o formato de barquinha – o recheio fica exposto mesmo. Transfira para a assadeira preparada, pincele a massa com o azeite de oliva restante e asse por 25-30 minutos ou até dourar. Sirva imediatamente.

Rend.: 4 unidades

sexta-feira, junho 09, 2017

Pão macio de centeio com rillette de sardinha e mais lembranças da infância

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Soft rye bread with sardine rillette / Pão de centeio macio com rillette de sardinha

Muitos e muitos meses atrás, quando eu ainda estava com os planos do livro, li sobre rillettes e achei bem interessantes – conforme fui vendo receitas de rillette de carne de porco, pensei logo em minha mãe e em seu amor por este tipo de carne, coisa que sempre ligo ao sangue alemão (eu e meu trauma eterno de todas aquelas salsichas estranhas e joelhos de porco cheios de gordura dos quais eu não chegava nem perto nas férias da infância) :)

Conforme fui pensando no quanto ela amaria este tipo rústico de patê, me veio à mente também o seu patê de sardinha, comida barata das épocas de vacas magras – com a tão conhecida torta de liquidificador, era o fim dado a tantas latas de sardinha que vinham na cesta do meu pai, à época metalúrgico. Foram muitos sanduichinhos de patê de sardinha na lancheira – os meus sempre sem as cascas – junto com os bolos de cenoura. :)

Tudo isso acima misturado na minha cabeça me deu a ideia de fazer rillette com sardinhas em lata em vez da carne de porco e uma pesquisada pela Internet afora me mostrou variações do prato feitas com salmão, então eu soube que estava no caminho certo. Acabei fazendo este rillette de sardinha inúmeras vezes, já que eu e o marido ficamos loucos pelo patezinho.

Lá pela terceira vez, se não me falha a memória, achei que o rillette merecia ser acompanhado de um pãozinho caseiro e achei que o sabor forte do centeio combinaria bem com o patê – João concordou, porém me pediu um pão macio, para comermos no café da manhã do dia seguinte. Fiz este que lhes trago hoje, macio com a adição de leite à massa, mas ainda assim saboroso. O problema foi que no final das contas comemos TODO O PÃO com o rillette e não sobrou nada para o café da manhã. :)

Pão macio de centeio
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Pão:
150ml de leite integral morno
200ml de água morna
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
1 colher (chá) de açúcar cristal
½ colher (sopa) de mel
2 xícaras (280g) de farinha de trigo
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de centeio
1 ½ colheres (chá) de sal

Para pincelar o pão:
1 colher (sopa) de leite integral, temperatura ambiente

Na tigela da batedeira planetária, misture o leite, a água, o fermento biológico e o açúcar usando um garfo. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Acrescente o mel, as farinhas e o sal e misture usando o batedor para massas pesadas (em formato de gancho no caso da Kitchen Aid) por cerca de 8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – a massa pode ser sovada com as mãos: neste caso, 12-14 minutos são suficientes. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande levemente untada com óleo ou azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por 1 ½ horas ou até dobrar de volume.

Unte levemente com azeite ou manteiga uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa.
Dê um soquinho na massa para eliminar o excesso de ar. Transfira a massa para uma superfície levemente polvilhada com farinha e abra-a com um rolo, formando um retângulo de aproximadamente 20x30cm. Começando com um dos lados mais longos, enrole a massa, formando um cilindro (como se estivesse fazendo cinnamon rolls). Aperte as emendas com as pontas dos dedos e transfira o cilindro de massa para a forma preparada, deixando a emenda virada para baixo. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer em um lugar morninho, livre de correntes de ar, por 40-45 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Pincele o topo do pão com o leite e asse por cerca de 30 minutos ou até que cresça e doure bem. Para verificar se o pão está pronto dê batidinhas na superfície com os nós dos dedos: o som deve ser de algo oco. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado sobre a gradinha. Deixe esfriar completamente.

Rend.: 6-8 porções

Rillette de sardinha
receita minha

- xícara medidora de 240ml

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem, uso dividido
½ colher (sopa) de manteiga sem sal
½ cebola picadinha
1 talo de salsão em fatias finas – use uma mandolina
1 dente de alho, amassado e picadinho
3 galhinhos de tomilho fresco – apenas as folhas
1 pitada de páprica defumada
sal e pimenta do reino moída na hora
350g de sardinhas em lata, escorridas e em lascas
2 colheres (sopa) de vinho branco seco
2 colheres (sopa) de creme azedo (sour cream)*
2 colheres (sopa) de salsinha fresca e picadinha – pique, depois meça

Em um panela media, junte ½ colher (sopa) do azeite e a manteiga. Leve ao fogo médio até a manteiga derreter. Acrescente a cebola e o salsão e refogue, mexendo às vezes, até que fiquem macios, 3-4 minutos. Junte o alho e refogue somente até perfumar, 1 minuto. Abaixo o fogo e junte o tomilho e a páprica, tempere com sal e pimenta do reino e cozinhe, tampado, por 2 minutos. Junte o vinho, aumente o fogo e cozinhe até o vinho evaporar. Retire do fogo, junte a sardinha e misture bem. Deixe esfriar completamente. Quando esfriar, incorpore o creme azedo, o azeite restante e a salsinha. Prove e acerte o sal, se necessário.

O rillette pode ser guardado em um recipiente hermético na geladeira de um dia para o outro, porém deve ser servido em temperatura ambiente.

* creme azedo (sour cream) caseiro: para preparar 1 xícara de creme azedo, misture 1 xícara (240ml) de creme de leite fresco com 2-3 colheres (chá) de suco de limão ou limão siciliano em uma tigela. Vá mexendo até que comece a engrossar. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora ou até que engrosse um pouco mais (geralmente faço o meu na noite anterior e deixo sobre a pia – com exceção de noites extremamente quentes – coberto com filme plástico; na manhã seguinte o creme fica bem espesso – leve à geladeira para ficar mais espesso ainda)

Rend.: 2 porções

terça-feira, março 21, 2017

Pãezinhos recheados de pesto e queijo e tradições familiares

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Pesto and cheese rolls / Pãezinhos recheados de pesto e queijo

Ontem fiquei pensando sobre tradições familiares e em como algumas delas passam de uma geração para a outra, muitas vezes sem que percebamos.

Meu irmão e eu ficamos muito mais próximos depois do nascimento do meu sobrinho, o que me deixa muito feliz. Aos finais de semana estamos invariavelmente juntos: eles vem nos visitar ou eu e João vamos até a casa dele e da minha cunhada – é tão bom! Impossível não lembrar de quando eu era pequena e dos almoços de domingo na casa da minha avó, ou dos tios de Campinas que vinham passar o dia por aqui – estamos fazendo exatamente o que nossos pais fizeram há quase quarenta anos e foi tão natural que só me toquei disso agora.

Em uma das vezes em que meu irmão e minha cunhada vieram em casa eu tinha acabado de tirar estes pãezinhos do forno – o cheirinho deles era maravilhoso e achei que os adultos iriam adorá-los, porém, para minha surpresa, foi o meu sobrinho quem mais gostou deles. Não imaginei que ele sendo tão pequenino fosse gostar do pesto no recheio – achei que o sabor pudesse ser forte demais, ou algo assim –, mas estava errada. Por isso lhes trago hoje a receita e espero que os adultos me lendo gostem dos pãezinhos tanto quanto o Pingo gostou. :)

Pãezinhos recheados de pesto e queijo
criação minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
¼ xícara (60ml) de água morna
¾ xícara (180ml) de leite integral morno
½ colher (chá) de açúcar cristal
2 ¼ colheres (chá) de fermento biológico seco
1 ovo grande
2 colheres (sopa) – 28g – de manteiga sem sal, derretida e fria
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
¾ colher (chá) de sal
2 ¼ xícaras (315g) de farinha de trigo comum
½ xícara (70g) de farinha de trigo integral

Recheio:
½ xícara (40g) de folhas de manjericão fresco – aperte-as na xícara na hora de medir
2 colheres (sopa) de queijo pecorino ralado fininho
1 dente de alho pequeno
2 colheres (sopa) de pinoli – podem ser substituídos por castanha de caju ou nozes
¼ xícara (60ml) de azeite de oliva extra virgem
pimenta do reino moída na hora
200g de mozarela ralada grosseiramente

Para pincelar:
1 ovo batido com ½ colher (chá) de água

Comece pela massa: na tigela da batedeira planetária, misture com um garfo a água, o leite, o açúcar e o fermento. Reserve por 5 minutos ou até espumar. Junte o ovo, a manteiga, o azeite, o sal e as farinhas e misture com o batedor para massas pesadas em velocidade média até obter uma massa lisa e elástica, cerca de 8 minutos – se sovar na mão, 12-15 minutos. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande pincelada com manteiga e cubra com plástico filme. Deixe crescer em um lugar morninho da cozinha, longe de correntes de ar, até dobrar de volume, 1 ½ horas.

Recheio: coloque o manjericão, o pecorino, o alho, o pinoli, o azeite e a pimenta do reino em um liquidificador ou processador de alimentos e bata até obter uma pasta – eu não adiciono sal, pois os queijos já são salgadinhos. Reserve. Unte com manteiga uma forma de muffins com 12 cavidades.

Dê um soquinho na massa para remover o excesso de ar. Sobre uma superfície levemente enfarinhada, abra a massa com um rolo até obter um retângulo de 30x50cm. Espalhe o pesto sobre a massa, deixando uma borda de 1cm. Salpique a mozarela sobre o pesto. Começando por um dos lados mais longos, enrole a massa de maneira firme, formando um cilindro. Corte em 12 fatias iguais e coloque cada uma delas dentro de 1 cavidade da forma de muffin, com o lado cortado para cima. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer novamente por 40-60 minutos – enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C.

Pincele os pãezinhos com o ovo batido com água e asse por 20-25 minutos ou até que fiquem bem dourados e assados por dentro. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos, e então desenforme com cuidado, transferindo os pãezinhos para a gradinha. Sirva mornos ou em temperatura ambiente.

Os pãezinhos podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 3 dias.
Se desejar, aqueça-os no forno a 180°C por 8-10 minutos antes de servir.

Rend.: 12 unidades


segunda-feira, dezembro 12, 2016

Panetone

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Panetone / Panettone

Apesar de fazer a série de Natal há uns bons anos, há outros muitos eu não fazia panetone – ou chocotone – em casa. Às vezes ganhamos panetone de presente, às vezes o João compra para matar a vontade, mas ele disse que este ano ele queria panetone caseiro. Como eu estava na vibe de Natal decidi fazer: era um sábado chuvoso, eu não queria mesmo sair de casa, então fiz o panetone e assisti a “Carol” (estou ainda tentando entender o auê todo na época dos prêmios de cinema).

Esta é uma adaptação do panetone do Paul Hollywood e ficou muito gostoso – o brioche macio perfumado de cítricos e pontilhado com frutinhas macias e docinhas. Mas diferentemente do brioche do Paul, que ainda fica incrível de um dia para o outro, o panetone ficou um pouco mais pesadão na manhã seguinte – ainda estava saboroso, mas perdeu um pouco no quesito textura. Se a sua família é grande, não se preocupe: tenho certeza de que o danado vai acabar num piscar de olhos. Entretanto, se a sua família for pequenina como a minha e vocês não derem conta do panetone no mesmo dia, não se preocupem: fica maravilhoso como rabanada. ;)

Panetone
um tiquinho adaptado do Paul Hollywood

14g de fermento biológico seco
140ml de leite integral morno
75g de açúcar cristal
500g de farinha de trigo comum
¼ colher (chá) de sal
5 ovos grandes, temperatura ambiente
raspas da casca de 1 laranja
raspas da casca de 1 limão siciliano
1 colher (chá) de extrato de baunilha
1 colher (chá) de Cointreau
1 colher (chá) de Amaretto
200g de manteiga sem sal, amolecida
120g de cranberries secas
120g de passas claras
120g de passas escuras
50g de casca de laranja cristalizada, picadinha

Para pincelar o panetone:
1 ovo batido com um garfo

Na tigela da batedeira planetária, coloque o fermento biológico, o leite e 1 pitada do açúcar. Misture com um garfo e reserve até espumar, uns 5 minutos. Junte a farinha, o sal, o açúcar restante, os ovos, as raspas de casca de laranja e limão siciliano, a baunilha, o Cointreau e o Amaretto. Bata em velocidade baixa usando o batedor em formato de gancho por 2 minutos. Aumente para a velocidade média e bata por mais 6-8 minutos ou até obter uma massa macia.

Junte a manteiga e misture por mais 5-8 minutos, raspando bem as laterais da tigela ocasionalmente – a massa é bem molinha mesmo, tem mais aspecto de massa de bolo do que de massa de pão. Junte as frutas secas e a casca de laranja cristalizada e incorpore-as bem à massa. Transfira a massa para uma tigela grande e pincelada com manteiga. Cubra com filme plástico e leve à geladeira de um dia para o outro, até a massa firmar bem para poder ser moldada.

Prepare uma forma de panetone de 18cm pincelando-a por dentro com manteiga derretida.* Retire a massa do panetone da geladeira, amasse para retirar o excesso de ar e forme uma bola com ela. Transfira para a forma preparada e deixe crescer em temperatura ambiente por 2-3 horas ou até que a massa chegue à beirada da forma.

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele o topo do panetone com o ovo batido e asse por cerca de 25 minutos. Baixe a temperatura do forno para 150°C e então asse o panetone por mais 35 minutos ou até que cresça e doure – para testar, enfie um palito longo ou uma faca de lâmina fina no panetone: eles devem sair secos. Cheque o panetone constantemente, pois por causa da grande quantidade de açúcar e manteiga na massa ela pode dourar bastante antes de o panetone estar completamente assado – caso o panetone doure rápido demais, cubra-o de forma frouxa com papel alumínio.
Retire o panetone do forno e então desenforme imediatamente, deixando esfriar completamente sobre uma gradinha.

* usei uma forma redonda de 20cm para assar o meu panetone – fiz um colarinho com uma camada dupla de papel manteiga, dobrada ao meio (para conseguir assim quatro camadas) para ficar bem firme e untei tudo com manteiga derretida (há uma foto da forma preparada no meu Instagram).

Rend: 8-10 porções

sábado, dezembro 26, 2015

Grissini de queijo e sementes de papoula

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Cheese and poppy seed bread sticks / Grissini de queijo e sementes de papoula

Tem feito um calor do cão aqui em São Paulo ultimamente, por isso ligar o forno é uma questão de coragem mesmo – por mais que eu ame baking, e vocês sabem o quanto, se possível eu fico longe da cozinha enquanto o forno trabalha. Também tento, às vezes, fazer coisinhas gostosas para beliscar com uma cerveja gelada ou uma taça de Prosecco em vez de fazer refeições completas – me sinto uma completa inútil no verão, o calor leva embora toda a minha energia e a minha vontade de fazer qualquer coisa que seja.

Estes grissini são fáceis de fazer, duram bem em um recipiente hermético e são uma delícia com drinks, especialmente se mergulhados em pastinhas ou servidos enroladinhos com fatias de prosciutto – vou prepará-los novamente para o Ano Novo, mas com um tipo diferente de queijo para provar novos sabores, já que a mozarela ficou suave demais (estou pensando em feta ou pecorino, algo com sabor marcante).

Grissini de queijo e sementes de papoula
um nadinha adaptados da incrível Delicious Australia

250g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento biológico seco
60g de mozarela ralada bem fininha
2/3 xícara (160ml) de água morna
½ colher (chá) de sal
3 colheres (chá) de sementes de papoula
25g de manteiga sem sal, derretida

Misture a farinha, o fermento e o queijo na tigela da batedeira – para começar, use o batedor em formato de pá. Em velocidade baixa, vá adicionando aos poucos a água e bata até que uma massa comece a se formar. Acrescente o sal e 2 colheres (chá) das sementes de papoula. Misture por mais 2-3 minutos até incorporar bem. Sove – com a batedeira, trocando pelo batedor de gancho, ou com as mãos – por 2,3 minutos ou até que a massa fique lisa e elástica. Forme uma bola com a massa, transfira para uma tigela grande levemente pincelada com azeite e cubra com filme plástico. Deixe descansar em um lugar morninho por 45 minutos ou até que dobre de volume.

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes e rasas com papel manteiga.
Dê um soquinho na massa para retirar o excesso de ar e divida-a em 24 porções. Molde cada porção em um cilindro longo de aproximadamente 30cm de comprimento e 1cm de diâmetro. Coloque-os lado a lado nas assadeiras deixando 2,5cm de distância entre eles. Pincele os grissini com a manteiga e salpique com as sementes de papoula restantes. Asse por aproximadamente 30 minutos ou até que dourem e fiquem crocantes, trocando as assadeiras de lugar para que os grissini assem por igual. Deixe esfriar completamente nas assadeiras sobre uma gradinha.

Os grissini podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 1 semana.

Rend.: 24 unidades

domingo, agosto 02, 2015

Pãezinhos de azeite de oliva e uma notícia excelente

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Olive oil buns / Pãezinhos de azeite de oliva

Faz tempo que não posto nada novo aqui no blog, mas há uma boa razão para isso: minha busca por um novo trabalho chegou ao fim! Dias atrás comecei a trabalhar (para quem não sabe, sou assistente executiva) e foi uma semana bem cheia: conhecer pessoas novas, aprender como funciona a empresa e todos os detalhes da minha função. Estou muito, muito feliz por estar trabalhando novamente depois de tantos meses, por isso o post de hoje é de comemoração! \0/

Sei que alguns de vocês vão fugir da receita de hoje por causa das diversas etapas, mas deixem-me dizer-lhes: estes pãezinhos são facílimos e na verdade o necessário aqui é tempo e um tiquinho de preparo com antecedência: não há muito o que fazer com a massa a não ser deixá-la em temperatura ambiente, coberta com filme plástico.

Escolhi esta receita para o post de hoje justamente porque na vida, às vezes, temos de ser pacientes e esperar que o Universo haja em seu próprio ritmo – não dá para apressar certas coisas, não importa o quão ansiosos ou mesmo tristes estejamos (como eu estava semanas atrás). No caso dos pãezinhos, lhes garanto que todas aquelas horas valem a pena: eles são deliciosos e tem uma textura incrível.

Pãezinhos de azeite de oliva
um nadinha adaptados do Bread Cake Doughnut Pudding: Sweet And Savoury Recipes From Britain's Best Baker

Esponja:
65g de farinha de trigo comum
65g de água, temperatura ambiente
1g de fermento biológico seco

Massa:
200g de água morna
1 pitada de açúcar
2g de fermento biológico seco
350g de farinha de trigo comum
4g de sal
90ml de azeite de oliva- eu usei extra-virgem

Faça a esponja: em uma tigela pequena, misture todos os ingredientes. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 24 horas.

Pão: coloque a água na tigela da batedeira planetária, junte o açúcar e o fermento biológico e misture com um garfo. Reserve até espumar, cerca de 5 minutos. Acrescente a esponja, a farinha e o sal e misture em velocidade média por 5 minutos ou até que a massa comece a se desprender das laterais da tigela. Continue misturando em velocidade média e vá acrescentando, aos poucos, ¼ xícara (60ml) do azeite (reserve o restante para outra etapa da receita), e então continue misturando em velocidade média até obter uma massa lisa, elástica e brilhante (a massa é bem úmida e grudenta). Forme uma bola com a massa – não precisa ser perfeita – coloque na tigela, cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por 1 hora (se estiver muito frio, deixe o forno ligado para deixar a cozinha um pouco menos gelada).

Depois de 1 hora, usando uma espátula de silicone, incorpore as 2 colheres (sopa) restante de azeite à massa, sendo 1 colher (sopa) por vez. Cubra novamente com filme plástico e deixe em temperatura ambiente por mais 1 hora.

Pincele levemente com azeite uma forma de muffins com 12 cavidades. Divida a massa em 12 partes iguais e modele cada uma delas formando uma bola, deixando o topo liso. Coloque na forma preparada e deixe crescer novamente por 1 hora – enquanto isso, preaqueça o forno a 220°C. Asse os pãezinhos por 15-20 minutos ou até que dourem. Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 5 minutos e então desenforme com cuidado, transferindo os pãezinhos para a gradinha. Sirva mornos ou em temperatura ambiente.

Rend.: 12 unidades