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sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Crumble de nectarina com cobertura de manteiga queimada e tomilho (na air fryer), a Internet e gente dodói da cabeça


Crumble de nectarina com cobertura de manteiga queimada e tomilho (na airfryer)

Já expressei aqui no blog e também nas redes sociais o meu amor pela Internet: sou fã, uso muito e para fazer várias coisas diferentes - a felicidade imensa que é não ter que ir mais a uma agência de banco, por exemplo... Não fosse a Internet, eu não teria o blog e não teria conhecido um montão de gente que, como eu, adora cozinhar. Não teria encontrado nesse mundão as minhas amigas maravilhosas Valentina e Tania, por exemplo, que moram em outros países. A lista é imensa, mesmo.

 

Só que a Internet também tem um lado ruim e isso se deve, na maioria dos casos, às pessoas que não sabem usá-la para o bem. Nós sabemos o que o país passou e ainda passa por conta das fake news, gente imbecil disseminando absurdos como a mamadeira de piroca e o chip dentro da vacina.

 

Dias atrás postei minha opinião no Twitter sobre maquiagens nacionais, pois eu adoraria não ter que pagar caro em produtos importados caso os nossos fossem tão bons quanto. Isso tomou proporções completamente absurdas e pessoas que nunca vi na vida me ofenderam e me chamaram dos mais diversos palavrões. Gente completamente fora da casinha surtando para defender uma marca ou a outra – e ainda por cima fazendo publi de graça. Pessoas que têm 500 mil seguidores e não produzem conteúdo algum, apenas são famosas por falar mal dos outros. Até o Grupo Boticário, que eu achava ser sério, surfou na onda do hate em cima de mim para se promover – se eu antes não usava a marca porque achava os cheiros enjoativamente doces, nunca mais gasto um centavo do meu dinheiro com eles.

 

Recebi um montão de mensagens de apoio e de carinho e agradeço todas elas: gente querida que ficou preocupada comigo, se eu estava bem. Muito obrigada mesmo, de coração: eu estou bem, sim. Já passei por cada uma nessa vida, não vai ser tuiteiro tosco que vai me derrubar. Um monte de gente que nem coragem de colocar a própria foto no perfil tem. Eles passarão... Eu passarinho!

 

Como eu continuo achando a Internet um lugar muito incrível, resolvi escrever esse pequeno desabafo aqui no blog, mas não apareceria aqui com as mãos abanando, né? 😊 Trouxe um crumble, a minha sobremesa amada, feito com umas nectarinas que pareciam pedras e estavam super azedas: para incrementar, usei manteiga queimada (beurre noisette) na farofinha e juntei umas folhinhas de tomilho fresco: ficou uma delícia! Não dá pra sentir o sabor do tomilho em si, e sim um toque de “algo a mais” na cobertura: talvez eu aumente a quantidade de tomilho da próxima vez.

 

Ah, e como está um calor horroroso nos últimos dias fiz o crumble na air fryer e deu super certo! Na receita vou deixar instruções para quem quiser fazer no forno também.

 

Se vocês testarem, me contem o que acharam, por favor?

 

Um beijo enorme e bom final de semana!

 

Crumble de nectarina com cobertura de manteiga queimada e tomilho (na air fryer)

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

Cobertura:

3 colheres (sopa) – 42g – de manteiga sem sal, picada

½ xícara + 1 ½ colheres (sopa) – total de 85g – de farinha de trigo comum

2 colheres (sopa) de açúcar demerara ou cristal

1/8 colher (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

folhas frescas de 2 raminhos de tomilho – ou use a gosto

 

Recheio:

4 nectarinas grandes (aproximadamente 450g no total)

1 ½ colheres (sopa) de açúcar

1 colher (chá) de suco de limão – siciliano, taiti, cravo, o que você quiser

 

Comece preparando a manteiga queimada: coloque a manteiga em uma panelinha e leve ao fogo médio – evite usar panela antiaderente escura, pois assim você não conseguirá controlar a cor da manteiga. Cozinhe a manteiga, girando a panela algumas vezes, até que fique com um tom marrom claro/dourado e o cheiro fique amendoado – vigie de pertinho, pois a manteiga pode queimar rapidamente. Transfira para um potinho refratário e deixe esfriar completamente.

 

Preaqueça o forno a 180°C. Separe 2 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada – eu preferi usar três com capacidade para 150ml cada.

 

Cobertura: em um tigela pequena junte a farinha de trigo, o açúcar, o fermento, o sal e o tomilho e misture com um garfo. Acrescente a manteiga e misture com um garfo até obter uma farofa grossa. Leve a mistura ao freezer por 5 minutos enquanto você prepara o recheio – se for usar a air fryer, preaqueça a 180°C por 5 minutos.

 

Corte as nectarinas ao meio e remova os caroços. Em seguida, corte-as em cubos de cerca de 1cm. Junte o açúcar e o suco de limão e misture. Divida as frutas entre os potinhos. Aqui, se for usar a air fryer, leve as frutas, ainda sem a cobertura, para assar por 7 minutos. Se for usar o forno, cubra as frutas com a farofinha. Leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a cobertura fique bem dourada.

 

Retire a gaveta da air fryer e, com cuidado para não se queimar, espalhe a cobertura sobre as frutas. Volte à air fryer por 12-13 minutos ou até que a cobertura doure bem.

 

Sirva puro, com creme de leite, chantilly ou sorvete.

 

Rend.: 2 porções

segunda-feira, janeiro 15, 2024

Barrinhas de maçã e mirtilo e resoluções de Ano Novo


Barrinhas de maçã e mirtilo


Queridas e queridos, feliz Ano Novo! Espero que 2024 seja maravilhoso para vocês e as suas famílias.

 

É comum na época de festas de final de ano que as pessoas façam planos para o ano que vai começar, listas de resoluções... No começo de 2023 fiz uma lista de resoluções pequena, para que não se tornasse impossível (receita para frustração), e entre elas consegui terminar de escrever o meu livro e publicá-lo (link aqui para quem quiser comprar, é um e-book em formato PDF), me exercitei com mais frequência (algo ainda a ser melhorado em 2024, mas o pontapé inicial foi dado) e tentei me olhar com mais amor e ser mais gentil comigo mesma (esta resolução é um trabalho de formiguinha e contínuo, portanto está na lista de 2024 também).

 

Vocês me surpreenderam com a recepção calorosa ao livro e posso dizer, sem dúvida, que foi um dos momentos mais importantes não só de 2023, como da minha vida toda – foi uma avalanche de carinho, me senti abraçada a cada livro vendido, a cada comentário afetuoso sobre ele, a cada repost nas redes sociais: foi e continua sendo lindo. A menina que, aos 6-7 anos de idade dizia para a mãe que seria escritora quando crescesse, realizou o sonho e agradeço demais quem comprou o meu livrinho – muito, muito obrigada. <3

 

A listinha de 2024 também é enxuta (como diz uma amiga minha, “a expectativa é a mãe da merda”), com metas reais e que possam ser cumpridas ao longo de um ano. Uma delas é manter o TK vivo: sei que blogs hoje não são páreo para competir com as redes sociais como Twitter e Instagram (sem falar no TikTok, que não sei nem usar), mas esse cantinho aqui é tão especial para mim, me trouxe tantas alegrias, não quero jamais abandoná-lo (mesmo que só eu o leia). 😊 Por isso, a minha resolução de 2024 referente ao blog é postar uma receita nova pelo menos uma vez por mês, e começo com estas barrinhas deliciosas que fiz outro dia: tinha visto uma receita com mirtilos que me inspirou a prepará-las, mas quando pesei os mirtilos congelados no meu freezer não deu quase nada... Olhei para a fruteira e as maçãs bonitas que eu tinha comprado aquela semana praticamente sorriram pra mim: elas entraram na dança e formaram um par perfeito com os mirtilos.

 

Barrinhas de maçã e mirtilo

receita minha

 

- xícara medidora de 240 ml

 

Base e cobertura:

2 xícaras (280g) de farinha de trigo comum

1/3 xícara (46g) de fubá mimoso (aquele bem fininho) – ele dá um sabor mais interessante à massa e também uma cor mais bonita

¼ colher (chá) de canela em pó

¼ colher (chá) de sal

1/3 xícara + 1 colher (sopa) – total de 78g – de açúcar cristal ou refinado

¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, derretida e em temperatura ambiente

 

Recheio:

2 maçãs Gala médias (250g no total)

1 xícara (150g) de mirtilos, frescos ou congelados (não descongele antes de usar)

¼ xícara (50g) de açúcar cristal ou refinado

1 colher (chá) de amido de milho

1 pitada de sal

½ colher (sopa) de suco de limão (taiti, siciliano ou cravo, todos funcionam super bem)

 

Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com um pouquinho de manteiga uma forma quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando um pouquinho para fora da forma, formando “alças” de mais ou menos 5cm. Unte o papel com manteiga, mas não as “alças”. Reserve.

 

Em uma tigela média misture com um batedor de arame a farinha, o fubá, a canela, o sal e o açúcar. Junte a manteiga e vá misturando com um garfo, até obter uma farofa grossa. Transfira cerca de 2/3 dessa farofa para a forma preparada, espalhe de maneira uniforme e vá pressionando por todo o fundo, formando a base das barrinhas. Leve a forma e o tigela com o restante da farofinha para o freezer por 10 minutos.

 

Enquanto isso, prepare as frutas: remova o miolos e as sementes das maçãs e corte-as em cubinhos de aproximadamente 1cm. Transfira para uma tigela média, acrescente os mirtilos, o açúcar, o amido de milho, o sal e o suco de limão e misture bem. Reserve.

 

Retire a base das barrinhas do freezer e espalhe as frutas por cima, de maneira uniforme (não esqueça dos cantinhos!). Agora, retire a farofinha do freezer e vá espalhando por cima das frutas, também de maneira uniforme: eu gosto de apertar porções da farofinha com uma das mãos para formar grumos de tamanhos diferentes e deixar as barrinhas bem rústicas e crocantes.

 

Leve ao forno por 35-40 minutos ou até que a superfície doure. Retire do forno e deixe esfriar completamente sobre uma gradinha antes de desenformar e cortar.

 

Rend.: 16 unidades

sexta-feira, agosto 25, 2023

Bolo de iogurte, fubá, limão siciliano e chocolate branco e uma reflexão que começou no Twitter


Bolo de iogurte, fubá, limão siciliano e chocolate branco


Dias atrás, postei uma foto minha no Twitter e uma conversa muito importante começou com outras mulheres lá – a foto é essa aqui: 



Eu, então com 15 anos, já fazia dietas malucas, ficava dias sem comer direito. Ia para a escola de estômago vazio, comia uma banana lá pelas 10 da manhã, e depois almoçava só um prato de rúcula com tomate. À noite, tomava chá e comia 2-3 torradas, às vezes acompanhadas de um Polenguinho. Nessa época eu também preparava gelatina dietética para “poder comer um docinho”, afinal de contas eu me achava gorda. Isso mesmo, GORDA. Olho para a foto agora, os bracinhos finos, e sinto uma tristeza imensa por ter crescido com a autoestima toda cagada de tanto escutar comentários maldosos de parentes, de tanto comprar Capricho aos 15-16 anos e Boa Forma dos 18 em diante achando que ter barriga chapada era sinônimo de ser bonita. Cresci me achando gorda, feia, desengonçada, odiando meu cabelo, que alisei durante 16 anos, tanto com química quanto no braço mesmo, fazendo escova sozinha em casa. Só pra ajudar, ainda tive atraso no crescimento (o médico achava que por conta do trauma de ter perdido minha mãe tão cedo), menstruei aos 15, só fui ter peito aos 18 – me achava um nada.

 

Daí é aquela coisa: se não sou bonita, não mereço ser amada. Haja terapia na vida adulta pra lidar com isso.

 

Ao compartilhar a foto e comentar sobre isso no Twitter, recebi vários comentários que contavam a mesma história, meninas perfeitamente saudáveis e que cresceram se achando gordas, e eu fiquei ali, vendo aquele monte de mulher maravilhosa, gente que eu admiro muito, dividindo comigo suas histórias, tão parecidas com a minha. Mulheres incríveis que tiveram sua autoestima destruída, que cresceram cheias de traumas e complexos, e que hoje lutam para superar isso e também para proporcionar uma experiência diferente para suas filhas, sobrinhas, para que elas saibam que sim, são amadas e merecem tudo de melhor na vida, independentemente de sua aparência física.  

 

Lembrando aqui das inúmeras vezes que fiz bolos e doces em casa na adolescência, pois amava cozinhar, mas nem provava por medo de engordar. Fazia tudo bem gostoso, arrumava a mesa, e comia a gelatina diet enquanto os outros provavam meus bolos, pavês, tortas. O que me conforta, um pouco que seja, é saber que a base vem forte e que muitas meninas farão sim bolos gostosos e os saborearão felizes, sem traumas, sem complexos – sugiro que comecem com mais essa variação do bolo de iogurte do Epicurious, aquele que eu já fiz de tudo quanto foi jeito, e desta vez adicionei fubá, limão siciliano e pedacinhos de chocolate branco.

 

Um beijo enorme para todas vocês que enriquecem os meus dias com conversas e reflexões importantes – muito obrigada. <3

 

Bolo de iogurte, fubá, limão siciliano e chocolate branco

mais uma vez, adaptado do maravilhoso bolo de iogurte do Epicurious

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 xícara (140g) de farinha de trigo

½ xícara (70g) de fubá mimoso (aquele bem fininho)

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de sal

¾ xícara + 2 colheres (sopa) - total de 174g - de açúcar, cristal ou refinado

raspas da casca de 2 limões sicilianos

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral

½ xícara (120ml) de óleo vegetal de sabor neutro – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

3 colheres (sopa) de suco de limão siciliano

100g de chocolate branco picadinho

 

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, peneire a farinha, o fubá, o fermento e o sal. Reserve.

 

Em uma tigela grande, junte o açúcar e as raspas de limão e esfregue com as pontas dos dedos até o açúcar ficar aromatizado. Acrescente o iogurte, o óleo, os ovos e o suco de limão e misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos, deixando 1 colher (sopa) reservada (para envolver o chocolate) – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Acrescente os pedacinhos de chocolate aos ingredientes secos reservados, misture bem para envolvê-los, e então junte tudo à massa e misture.

 

Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.

Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

 

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por 3-4 dias.

 

Rend.: 8 porções

sexta-feira, agosto 11, 2023

Cookies com chocolate, pecãs e corn flakes


Cookies com chocolate, pecãs e corn flakes


Domingo estava folheando umas revistas de receita e me deu uma vontade imensa de fazer cookies: fazia séculos que não preparava (os brownies do post passado saíram depois de mais de um ano sem fazer um docinho sequer). Dei de cara com uns cookies que levavam chocolate e Sucrilhos e na hora lembrei dos cookies famosíssimos da Christina Tosi que levam esses ingredientes.

Coincidência (ou o Universo conspirando, sei lá), dias antes eu tinha comprado corn flakes – aqueles sem açúcar, pois os Sucrilhos eu acho doces demais – para comer com iogurte. Olhei para o vidro no armário e resolvi testar os tais cookies, mas em vez da receita da revista, fiz outra, que já postei aqui, mudando alguns ingredientes e adicionando pecãs, que combinaram super bem com o chocolate e o salgadinho dos corn flakes.

Já que eu estava falando de uma receita inspirada na da Christina, pensei na minha amada Nova York e quis fazer cookies gorduchos, no estilo dos da Levain Bakery – para isso, foi só fazer bolinhas da massa e deixar na geladeira por 2 horas antes de assar, assim a manteiga derrete mais devagar no forno e os cookies não espalham tanto.

Acho que o bichinho "fazedor" de receita me picou novamente – espero continuar fazendo coisas bem gostosas para compartilhar com vocês por aqui. <3

 

Cookies com chocolate, pecãs e corn flakes

receita minha, inspirada pelos cookies da Christina Tosi

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 2/3 xícaras (233g) de farinha de trigo

½ colher (chá) de bicarbonato de sódio

¼ colher (chá) de canela em pó

½ colher (chá) de sal

½ xícara (113g) de manteiga sem sal, derretida e fria

¼ xícara (50g) de açúcar cristal

¾ xícara (131g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir

2 ovos grandes, temperatura ambiente

2 colheres (chá) de extrato de baunilha

150g de chocolate amargo, picado grosseiramente ou em gotas

1 xícara (110g) de pecãs inteiras, tostadas e picadas grosseiramente depois de frias

1 xícara (60g) de corn flakes, sem açúcar

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame a farinha de trigo, o bicarbonato, a canela e o sal. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte a manteiga e os açúcares e bata até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela ocasionalmente durante todo o preparo da receita. Junte os ovos, um a um, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha. Desligue a batedeira, junte os ingredientes secos de uma vez, e então ligue na velocidade mínima, misturando até que quase não haja traços de farinha. Desligue novamente, junte o chocolate, as pecãs e misture com uma espátula de silicone. Junte o corn flakes e misture delicadamente, para evitar que se quebrem demais. Se o dia estiver quente demais e a massa ficar molinha, leve à geladeira por 30 minutos.

Faça bolinhas usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por biscoito e arrume em uma assadeira – como as bolinhas serão refrigeradas antes de assar, você pode colocar uma pertinho da outra. Leve à geladeira por 2 horas – se preferir, congele as bolinhas de massa e depois transfira para um saco plástico bem fechado. Duram até 2 meses no freezer. Não precisa descongelar antes de assar, apenas aumente o tempo total de forno em 1-2 minutos.

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras rasas e grandes com papel manteiga.

Arrume as bolinhas nas assadeiras preparadas, deixando 5cm entre uma e outra – se desejar, grude pedacinhos de chocolate, pecã e corn flakes no topo de cada bolinha antes de assar. Asse por 12-14 minutos ou até que os biscoitos dourem bem nas extremidades. Deixe esfriar nas assadeiras sobre uma gradinha por 5 minutos, e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente.

Guarde os biscoitos em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 3 dias.

Rend.: 25 unidades


terça-feira, agosto 01, 2023

Brownies de manteiga queimada com doce de leite e uma comemoração atrasada de dezessete anos


Brownies de manteiga queimada com doce de leite


Da última vez em que atualizei o blog e postei aquele macarrão com sardinha e abobrinha delicioso percebi que tenho um total de 1.572 posts publicados aqui (sem contar o de hoje): fiquei meio “uau” por um momento, afinal de contas é coisa pra caramba e, em seguida, lembrei que há talvez, no máximo, uns 10 posts aqui sem receita. Ao longo destes dezessete anos, completados no último dia 04 de julho, compartilhei com vocês mais de 1.500 receitas diferentes, doces e salgadas. É coisa pra caramba mesmo.

 

Foram bolos, cookies, muffins, pães, sopas, várias versões de macarrão (eu amo), barrinhas de tudo quanto é jeito. Receitas com frutas, com chocolate, receitas com carne e vegetarianas (algumas até mesmo veganas), algumas prontas em 20 minutos, outras que levam horas até chegarem à mesa. Receitas boas para almoços de domingo, outras práticas para o jantar do dia a dia, coisinhas gostosas para o café da manhã ou da tarde. Tem de tudo um pouco neste blog, para agradar a todos os gostos.

 

Por muitos anos preparei um bolo bonito para comemorar o aniversário do Technicolor Kitchen, mas a vida tá bem corrida e, infelizmente, não deu tempo. Chego agora, quase um mês atrasada, com uns brownies muito gostosos que inventei, combinando o sabor amendoado da manteiga queimada com o docinho do doce de leite: sem falsa modéstia, ficaram excelentes e acho que são uma boa ideia para comemorar a existência do bloguinho, afinal de contas, continuo aqui, mesmo depois de o Instagram e o TikTok terem tomado conta (neste último sequer tenho conta, nunca tive vontade de entrar pra ver) e os blogs terem meio que se perdido no meio do caminho. Quem gostou dos brownies com doce de leite que postei aqui nos primórdios vai pirar com a receita de hoje: são muito mais gostosos.

 

Fico feliz sabendo que ainda tem gente que passa por aqui, procura uma receita gostosa para fazer, me manda mensagem nas redes sociais. Tem muffin do TK nas lancheiras da criançada por aí, sopinhas no jantar de vocês, bolos nos aniversários – é uma alegria imensa acompanhar. Além disso, também já andei recebendo algumas fotos das receitas do meu e-book (à venda aqui neste link) sendo preparadas por vocês: deixo aqui um obrigada enorme, um beijo e um brownie.

 

Brownies de manteiga queimada com doce de leite

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

2/3 xícara (150g) de manteiga sem sal, picada

150g de chocolate meio amargo, picadinho

1 xícara (200g) de açúcar cristal/granulado

¼ xícara (44g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir

2 colheres (chá) de extrato de baunilha

3 ovos do tipo grande

½ xícara (70g) de farinha de trigo

2 colheres (sopa) – 20g – de cacau em pó, sem adição de açúcar

½ colher (chá) de sal

5 colheres (sopa) – 125g – de doce de leite

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

 

Comece preparando a manteiga queimada: coloque a manteiga em uma panelinha e leve ao fogo médio – evite usar panela antiaderente escura, pois você não conseguirá controlar a cor da manteiga. Cozinhe a manteiga, misturando com um fouet, raspando as laterais da panela, até que a manteiga fique com um tom marrom claro/dourado e o cheiro fique amendoado – vigie de pertinho, pois a manteiga pode queimar rapidamente. Transfira para uma tigela refratária grande (se deixar na panela a manteiga continuará cozinhando), raspando todos os sólidos que estiverem na panela. Junte o chocolate e deixe de lado um pouquinho para que ele derreta no calor residual da manteiga.

 

Acrescente os açúcares à mistura de manteiga e chocolate e bata bem com o fouet. Junte a baunilha e bata bem. Acrescente os ovos, um a um, batendo bem a cada adição – a massa vai começar a ficar mais firme. Junte a farinha, o cacau e o sal e misture bem, mas sem bater demais – mexa somente até os ingredientes secos sumirem na massa. Despeje na forma preparada e alise a superfície. Espalhe pequenas porções do doce de leite sobre a massa e, em seguida, misture levemente com uma faca sem ponta ou o cabo de uma colher, para dar um efeito marmorizado.

 

Leve ao forno por 25-30 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia úmido, mas não com massa ainda muito líquida – o topo do brownie tem que estar opaco. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.

 

Corte em quadradinhos para servir – como esse brownie é bem úmido e a massa é permeada com doce de leite, deixar um pouquinho na geladeira ou alguns minutos no freezer ajuda na hora de cortar.

 

Rend.: 16 unidades

sexta-feira, agosto 05, 2022

Galette de alho-poró, ricota e tomate, tuítes importantes, jornada dupla e o meu e-book


Galette de alho-poró, ricota e tomate


Há algumas semanas eu estava no Twitter e uma série de tuítes da maravilhosa Aline Valek deu um nó na minha cabeça: mostro dois abaixo, mas ela postou uma sequência bem interessante. Aliás, se você não conhece o trabalho da Aline está perdendo: além de escrever e ilustrar bem à beça, a danada ainda tem um podcast ótimo chamado “Bobagens Imperdíveis” (eu não sou de podcasts e adoro o da Aline) e o curso dela no site Domestika é uma delícia:

 


Fui lendo o que Aline havia postado e uma ficha gigante caiu: comecei a lembrar do meu livro, quase pronto e esquecido havia muitos meses – nem a newsletter e nem no blog eu andava escrevendo mais. E aquilo começou a me incomodar muito, porque escrever é uma parte importante de quem eu sou, desde que me entendo por gente, e eu estava deixando de lado algo que me dá um imenso prazer. Pensei que eu mesma estava caindo no preconceito idiota de que escrever na Internet é algo menor, quando é exatamete o contrário: é incrível. Escrevo aqui no blog há mais de dezesseis anos, tenho leitoras e leitores veteraníssimos que me acompanham há muito tempo (alguns desde o começo!). Gente querida que faz minhas receitas, que me envia foto preparando bolos e cookies com seus filhos, que manda mensagens e emails cheios de afeto, que me acompanha nas redes sociais e compartilha comigo ideais de vida - é um blog de comida, sim, mas é muito mais do que isso.


Sou escritora. Não necessariamente preciso ter livro impresso para isso. Vou pegar o meu livro, que já está quase pronto, e lançar como e-book. Decidido.


No estalo que os tuítes da Aline me deram, fui atrás de alguém para diagramar o meu livrinho, e caí da cadeira quando recebi um orçamento de 15 mil reais para isso. Sim, você leu certo: 15 MIL REAIS.


Recuperada do tombo, abri o Canva e me pus a trabalhar: vou fazer o livro eu mesma. Sempre gostei de desafios e estava na hora de encarar mais um. Tenho trabalhado no projeto no meu tempo livre e, apesar de a jornada dupla secretária executiva/escritora e designer estar me deixando exausta e com uma baita dor nas costas, o resultado me anima todos os dias. Logo, logo o livrinho estará pronto e não vejo a hora de mostrar para vocês o resultado.


Enquanto isso não acontece, decidi movimentar um pouco as coisas: enviei newsletter semana passada (depois de meses sem enviar) e hoje posto uma galette bem linda e deliciosa que fiz para o livro, mas o danado está ENORME e tenho que cortar algumas coisas. Divido com vocês aqui no blog uma receita bem gostosa enquanto o livrinho não fica pronto.

 

Galette de alho-poró, ricota e tomate


 - xícara medidora de 240ml


Massa:

¾ xícara (105g) de farinha de trigo

½ xícara (70g) de farinha integral

1 colher (chá) de açúcar cristal ou refinado

½ colher (chá) de sal

1 tablete (100g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de 1cm

1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem

1 gema grande, temperatura ambiente

1 ½ colheres (sopa) de água gelada

 

Recheio:

2 colheres (sopa) de manteiga sem sal

1 alho-poró grande (100g), somente a parte mais clara, em rodelinhas

sal e pimenta do reino moída na hora

½ colher (sopa) de vinho branco seco

¾ xícara de ricota, esfarelada se estiver muito firme

3 colheres (sopa) de queijo canastra ralado grosseiramente – rale, depois meça

2 xícaras (320g) de tomates cereja, cortados ao meio no sentido do comprimento – meça, depois corte

5 raminhos de tomilho


Comece com a massa: no processador de alimentos, junte as farinhas, o açúcar e o sal e pulse para misturar. Junte a manteiga e o azeite e pulse algumas vezes, até obter uma farofa grossa. Em um potinho, misture bem a gema e a água gelada com um garfo, e acrescente ao processador, pulsado até que uma massa comece a se formar. Retire a massa do processador, forme um disco com ela e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira por 1 hora (pode ser feita de véspera se você quiser).


Enquanto isso, prepare o recheio: em uma frigideira antiaderente grande, derreta a manteiga e junte o alho-poró. Tempere com sal e pimenta do reino e refogue, mexendo algumas vezes, até o alho-poró amaciar. Junte o vinho branco, cozinhe por 1-2 minutos até evaporar, e então retire do fogo. Deixe esfriar completamente.


Pré-aqueça o forno a 180°C. Transfira o disco de massa para um pedaço grande de papel manteiga. Cubra com outro pedaço de papel e vá abrindo a massa com um rolo, até obter um círculo de aproximadamente 30cm de diâmetro.


Espalhe a ricota sobre a massa, deixando uma borda de cerca de 2cm. Sobre a ricota, espalhe o alho-poró refogado de maneira uniforme. Cubra com o queijo canastra, e então arrume os tomatinhos por cima.


Com cuidado, vá dobrando a massa da beirada sobre parte do recheio. Transfira a galette para uma assadeira, deslizando o papel manteiga com a torta diretamente para a assadeira.


Leve a galette à geladeira por 15 minutos. Arrume os raminhos de tomilho sobre a os tomates e leve a galette ao forno por 35-40 minutos ou até que doure bem. Sirva quente ou morna.


Rend.: 4 porções, servidas com salada ou como entrada

terça-feira, março 22, 2022

Cookies com gotas de chocolate e castanha de caju com farinha de centeio, um tuíte grosseiro, e posts de blogs de comida


Cookies de chocolate e castanha de caju com farinha de centeio


Umas duas semanas atrás fui marcada no Twitter pela minha leitora querida Carol Himura em um tuíte de uma mulher chamada Catharine Richert, grossa feito um cão, que dava um conselho aos blogueiros de comida: que tudo o que as pessoas querem é a receita, que não estão nem aí para as histórias que a acompanham, entre outras coisas.



(ao começar a digitar este texto, escrevi o nome dela como “Chatharine”, vão vendo). :)

A Carol, muito linda, dizia que lia o blog por causa das minhas histórias: eu abri um sorriso largo quando li isso, me senti super lisonjeada e feliz – obrigada, querida. <3

Eu imagino que nem todo mundo tenha vontade de ler as histórias, eu mesma, quando ainda tinha tempo de ler blogs de comida (muitos anos atrás) nem sempre lia as histórias todas, dependia muito de quem estava escrevendo e o assunto do post. Mas achei uma atitude tão mesquinha e cretina a da Catharine, pois se ela quer só a receita é só rolar a página até encontrá-la: não vai cair o dedo. Não precisa fazer post grosseiro no Twitter, dando um “conselho” que, na verdade, ninguém pediu.

O que me conforta é o tanto de comentário que ela recebeu de volta, de pessoas argumentando com educação (ao contrário da própria) sobre o quanto ela estava sendo egoísta, pois muitos blogueiros recebem dinheiro dos anúncios nas páginas, e que ela estava reclamando de um conteúdo incrível postado na internet totalmente DE GRAÇA. Amei que teve gente falando pra ela comprar livros de receita para apoiar escritores, alguns disseram pra ela então gastar dinheiro em uma assinatura de revista de receitas, enquanto outros falaram para ela acessar sites como o Epicurious.

Aquele quentinho no coração de que ainda existe gente sensata nesse mundo doido. Alegria pensando que se eu conseguir terminar o meu livrinho e publicá-lo, vai ter gente lendo as histórias da minha vida com prazer.

Pensando em tudo isso, fiz um chá bem gostoso, sentei em frente ao computador e escrevi este post, e juntei a ele a receita de uns cookies deliciosos que fiz para levar para o trabalho tempos atrás. Sei que nem todo mundo vai ler o post em si e vai rolar direto para a receita, e tudo bem. Vai ter gente que vai ler o post, vai ter gente que vai ver só a receita, vai ter gente que vai fazer os cookies em casa e vai me marcar nas redes – todas as opções me deixam feliz. Se você ainda passa pelo meu cantinho depois de quase dezesseis anos nessa internet de meu deos (cheguei aqui quando era tudo mato!), muito obrigada – tenha certeza de que eu aprecio cada minuto que você passa por aqui. xx

 

Cookies com gotas de chocolate e castanha de caju com farinha de centeio

receita minha


- xícara medidora de 240ml

 

¾ xícara (105g) de farinha de trigo

½ xícara (70g) de farinha de centeio fina - pode ser substituída por farinha de trigo integral

½ colher (chá) de bicarbonato de sódio

1/8 colher (chá) de canela em pó

¼ colher (chá) de sal

½ xícara (113g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente

¼ xícara (50g) de açúcar cristal

½ xícara (88g) de açúcar mascavo claro – aperte-o na xícara na hora de medir

1 ovo grande, temperatura ambiente

½ colher (chá) de extrato de baunilha

2 colheres (chá) de Frangelico (opcional)

1 xícara (175g) de gotas de chocolate amargo ou meio amargo – chocolate picado também funciona; se desejar, aumente um pouco a quantidade de chocolate para decorar os topos dos biscoitos antes de assar

2/3 xícara (93g) de castanhas de caju torradas sem sal, picadas – meça, depois pique

 

Em uma tigela média, misture bem com um batedor de arame a farinha de trigo, a farinha de centeio, o bicarbonato de sódio, a canela e o sal. Reserve.

Na tigela da batedeira, junte a manteiga e os açúcares e bata em velocidade médio-alta até obter um creme claro – raspe as laterais e o fundo da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita.

Junte o ovo e bata bem. Junte a baunilha e o Frangelico e bata.

Com a batedeira desligada, junte os ingredientes secos e então misture em velocidade mínima, somente até uma massa se formar. Desligue a batedeira e incorpore o chocolate e as castanhas de caju usando uma espátula de silicone.

Separe porções de 2 colheres (sopa) niveladas de massa por cookie e coloque em uma assadeira forrada com papel manteiga – como a massa ainda vai para a geladeira, as bolinhas podem ficar próximas umas das outras. Se quiser, decore o topo de cada cookie com um pedacinho de chocolate.

Leve à geladeira por 1 hora e, se quiser, pode refrigerar por até 24 horas.

Preaqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes com papel manteiga.

Arrume as porções de massa nas formas preparadas, deixando 5cm entre uma e outra.

Asse por 13-15 minutos ou até que comecem a dourar nas extremidades. Retire do forno, deixe esfriar nas assadeiras por 5 minutos, e então deslize o papel com os cookies para uma gradinha. Deixe esfriar completamente.

Os cookies podem ser guardados em um recipiente hermético em temperatura ambiente por até 5 dias. As bolinhas de massa crua podem ser congeladas por até 2 meses – congele em aberto, e então transfira para um saquinho plástico.

Rend.: cerca de 22 cookies

 

quarta-feira, março 16, 2022

Crumble Peach Melba com um toque de fubá e apego


Peach melba crumble com um toque de fubá


Quem me segue no Instagram deve saber que sou fã da Alison Roman: as receitas parecem deliciosas e fáceis de fazer (como a berinjela que postei aqui no blog tempos atrás), ela é divertida, linda, gosta mesmo de comida e os vídeos dela são tão bacanas que, sempre que estou tendo um dia meio bunda, corro para revê-los, pois sempre me deixam mais alegrinha (é isso ou uma bebidinha, e tem dias que faço o combo, porque né, o Brasil deixa qualquer um desgraçado da cabeça).

 

Reparei nos vídeos da Alison que ela sempre, ou quase sempre, usa uma colher de pau para preparar as receitas, uma colher que parece meio velhinha (pelo vídeo tenho a impressão de que falta um pedacinho na ponta). Ela usa a colher para misturar um ensopado, um macarrão com couve-flor (que estou doida pra fazer), entre outras coisas, e além disso sempre prova as receitas usando uma colher dourada: pois bem, Alison é apegada às colherinhas dela, e eu me identifiquei demais com isso.

 

Eu me apego. Eu me apego a muitas coisas. Ou “me agarro”, como diz o meu amigo querido Fellipe.

 

Assim com a Alison Roman, também tenho minha colher de pau preferida, que uso para todas as receitas salgadas (para doces, uso espátulas de silicone que nunca uso em nada salgado). Tenho minha assadeira preferida, já toda manchada com os efeitos do tempo, e o copo favorito que uso para tudo: vinho, água com gás, um drinkinho. Tenho minha almofada favorita pra ver TV no sofá, e o um cobertorzinho pequenino que comprei há anos, no qual me enrolo sempre que esfria – quase o Lino da turma do Charlie Brown.

 

Eu me apego a comidas, também: não pode faltar macarrão nesta casa, sempre tem pão no freezer, o pote de arroz nunca está vazio. Um bolinho para tomar café da tarde, hábito que se intensificou na pandemia, e uma leva de almôndegas no freezer que podem virar almoço ou sanduba. E crumbles: mesmo em dias extremamente quentes já fui louca o suficiente para ligar o forno para fazer um crumble, para depois comer suando, mas feliz. É uma sobremesa que amo, tão caseira e simples e mesmo assim tão deliciosa, que posso fazer com uma variedade enorme de frutas, inclusive congeladas, que é fácil de preparar e leva ingredientes básicos que eu sempre tenho em casa: farinha, açúcar, manteiga.

 

A receita de hoje foi resultado de uns pêssegos lindos que o João trouxe do supermercado no começo de janeiro: alguns estavam maduros e doces e eu os devorei logo de cara. Outros estavam mais sequinhos e meio sem gosto, então foram para o forno em forma de crumble com framboesas que eu tinha no freezer, para lembrar os sabores do Peach Melba, sobremesa inventada por Auguste Escoffier.

 

Testei também usar geleia de framboesa no lugar das framboesas, pois sei que nem todo mundo encontra as frutinhas para comprar, e deu certo: não fica exatamente a mesma coisa, mas fica bom também, desde que a geleia usada não seja doce demais.

 

Vocês também se apegam?

 

Crumble Peach Melba com um toque de fubá

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

Cobertura:

¼ xícara (35g) de farinha de trigo comum

¼ xícara (35g) de farinha de fubá mimoso (bem fininho)

2 colheres (sopa) de açúcar demerara ou cristal

1/8 colher (chá) de fermento em pó

1 pitada de canela em pó

1 pitada de sal

3 colheres (sopa) – 42g – de manteiga sem sal, derretida e fria

¼ xícara (22g) de aveia em flocos grossos

 

Recheio:

6 pêssegos grandes (500g no total)

½ xícara de framboesas, frescas ou congeladas – se for usar congeladas, não descongelar antes*

 

Preaqueça o forno a 180°C. Separe 4 potinhos refratários com capacidade para 150ml cada.

 

Cobertura: em um tigela pequena junte a farinha de trigo, o fubá, o açúcar, o fermento , a canela e o sal e misture com um batedor de arame. Acrescente a manteiga e misture com um garfo até obter uma farofa grossa. Incorpore a aveia com o garfo, e então leve a mistura ao freezer por 5 minutos enquanto você prepara o recheio.

 

Corte os pêssegos ao meio e remova os caroços. Em seguida, corte-os em cubos de cerca de 1,5cm. Junte as framboesas e misture levemente – se os pêssegos estiverem muito azedos, junte um pouquinho de açúcar e misture. Divida as frutas entre os potinhos e cubra com a farofinha.

Leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que a cobertura fique bem dourada e a fruta borbulhe.

Sirva puro, com creme de leite, chantilly ou sorvete.

 

* se preferir usar geleia em vez das framboesas, considere cerca de 1 colher (sopa) por potinho e distribua em pequenas porções sobre os pedaços de pêssego

 

Rend.: 4 porções

sexta-feira, novembro 26, 2021

Brownies com chocolates amargo e branco e cranberries, costas travadas e um post do Instagram que me fez pensar


Brownies com chocolate amargo e branco e cranberries


Dias atrás travei as costas e o pescoço do lado esquerdo e mal conseguia me mexer: era tanta dor que as lágrimas escorriam, mesmo eu não querendo chorar. Não conseguia ficar sentada de jeito nenhum, quando deitava e encontrava uma posição mais agradável virava uma estátua – a estátua do Quasímodo.

Por isso, fiquei off das redes sociais por uns 4 dias, mais ou menos, e confesso que não senti falta – achei que sentiria, mas não. Engraçado, né? O Instagram e o Twitter foram companheiros muito próximos durante toda a pandemia e o período de isolamento, e cheguei até mesmo a fazer algumas lives, mas hoje não me vejo assim tão dependente das redes sociais, sabe-se lá até quando.

Tem hora que o Instagram enche o saco, mas também tem hora que aparece um post que chama a atenção, faz a gente pensar. Sigo uma mulher maravilhosa chamada Larissa Guerra e ela escreveu tempos atrás sobre uma viagem à praia e sobre a aceitação do seu próprio corpo, contando que por muito tempo se privou de fazer coisas prazerosas por causa de neuras sobre sua aparência. Ao ler as palavras da Lari, mil sinos começaram a tocar na minha cabeça, e se você é mulher certamente na sua também. Quantas vezes deixamos de fazer o que gostamos por conta de cobranças com nosso corpo, com o peso? Quantas vezes deixamos de usar biquini por causa da barriga, ou shorts por causa das celulites nas pernas? Desde muito jovens somos expostas a esse tipo de cobrança, essa exigência de ter um corpo “perfeito” de acordo com o padrão estabelecido. Nossos corpos são inadequados, logo a gente tenta se enfiar dentro do quadradinho para sermos aceitas, para sermos amadas. E isso tudo eu digo sendo mulher cis e branca, porque para outras minorias a situação é muito pior: mulheres negras, mulheres trans... Nem posso imaginar pelo que elas passam.

Fiquei pensando nisso outro dia, quando comentei com uma colega que não fazia mais receitas doces, pois somos só dois e o João não é muito de doces – assim que terminei a frase, pensei em como eu estava reproduzindo o discurso que quero tanto destruir. É claro que eu não vou viver à base de sobremesas, porque não é essa a ideia: quero sim, comer meus vegetais, legumes e frutas, meu feijão com arroz. Mas também quero comer minha pizza com uma taça de vinho sem ficar pensando “ai meu deos, a calça jeans vai ficar apertada”. Quero sim, fazer um docinho quando der vontade, sem ficar calculando milimetricamente quantos pedaços o João vai comer e quantos eu vou comer. Quero fazer um brownie, e se não puder dividir com o pessoal do escritório, como fazia antigamente, não tem problema.

A receita que trago hoje é bem antiga, foram brownies que fiz e levei para o escritório uma semana antes do lockdown no ano passado: é uma variação desta receita aqui, que é ótima e rende super bem: eu não tinha gostado muito da foto e acabei não publicando à época. Este brownie foi preparado com o pessoal do trabalho em mente, todos eles adoraram e fiquei bem feliz com isso. Entretanto, da próxima vez que der vontade de comer uma sobremesa gostosa, um brownie ou uns cookies, não vou espera voltar ao escritório: faço meia receita, ¼ de receita, mas faço – sem achar que o meu valor está na minha aparência ou no tamanho do meu jeans. 

Ah, aproveitando: a Larissa também tem um podcast excelente chamado “Donas da P* Toda” – vale muito a pena ouvir.

 

Brownies com chocolates amargo e branco e cranberries

adaptados destes brownies

 

- xícara medidora de 240ml

 

150g de chocolate meio amargo, picadinho ou em gotas – usei um com 53% de cacau

¾ xícara (170g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente e picada

1 ½ xícaras (300g) de açúcar cristal ou refinado

3 ovos grandes, temperatura ambiente

2 colheres (chá) de extrato de baunilha

½ xícara (70g) de farinha de trigo

¾ xícara (75g) de farinha de castanha de caju – pode ser trocada por farinha de outras oleaginosas; o sabor não influencia muito, a farinha de oleaginosas serve para deixar os brownies bem úmidos

1 colher (sopa) de cacau em pó, sem adição de açúcar, peneirado – meça, depois peneire

¼ colher (chá) de canela em pó

½ colher (chá) de sal

100g de chocolate amargo (70% de cacau) picado ou em gotas

70g de chocolate branco, picado ou em gotas

½ xícara (70g) de cranberries secas, picadas se forem graúdas

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal retangular de 20x30cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Em uma tigela refratária grande, junte o chocolate meio amargo (150g) e a manteiga e leve ao banho-maria (em fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água) até que os ingredientes derretam. Retire do fogo e deixe esfriar. Acrescente o açúcar e misture com um batedor de arame. Junte os ovos, um a um, e misture bem com o batedor. Junte a baunilha.

Adicione a farinha de trigo, a farinha de castanha de caju, o cacau, a canela e o sal e incorpore-os usando uma espátula de silicone, misturando até obter uma massa homogênea. Incorpore o chocolate amargo, o chocolate branco e as cranberries. Espalhe na forma preparada e alise a superfície. Asse por 25-30 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.

Corte em quadradinhos para servir.


Rend.: 24 unidades

quinta-feira, setembro 02, 2021

Bolo-pudim de ameixa e mirtilo, inspirações e um filme

Bolo-pudim de ameixa e mirtilo


Outro dia pensava em como às vezes procuro inspiração em tantos lugares, sendo que um deles, os filmes, que sempre me inspiraram, eu andava deixando de lado, por pura impaciência e uma constante sensação de saco cheio. Saco cheio de tudo, e saco cheio de nada específico ao mesmo tempo.

Os meus filmes tão amados, que me acompanham desde a minha solitária adolescência e que me ajudaram a batizar o blog de Technicolor Kitchen, nem eles andavam me animando mais.

Um domingo decidi que iria ver um filme, qualquer um que fosse, por mais tolo que fosse. Tá, tolo também não, não vamos forçar. :) Fui ao Mubi e lá encontrei “Asas do Desejo”, que havia mais de uma década que queria ver e não encontrava em lugar nenhum. Fiquei completamente arrebatada pelo filme, pelo olhar sereno de Bruno Ganz, pelas imagens de Berlim, pelos anjos debruçados sobre pessoas em uma biblioteca. Tudo é tão bonito, tão etéreo, e ao mesmo tempo melancólico – só de lembrar fico com os olhos marejados. Não é sempre que um filme me deixa assim emocionada e pensativa por tanto tempo, e quando isso acontece só posso agradecer.

Terminei o filme, fui tomar um banho e, pensando no tinha visto, comecei a cantarolar “Stay”, do U2, no chuveiro, sem perceber. Ao final de “Asas do Desejo” eu já queria ver a continuação, “Tão Longe, Tão Perto”, e meu cérebro juntou tudo e me trouxe à memória uma canção que eu não ouvia havia outra década, mas ainda me lembrava da letra o suficiente para cantar um bom trecho.

Essas conexões feitas em nossas mentes me fascinam, me alegram, me inspiram. Foi assim que, olhando para uma ameixa dando sopa na geladeira, decidi preparar uma receita com ela, mas algo diferente, novo, mas não sabia exatamente o que. Sem perceber, me veio à cabeça uma receita que eu já tinha visto em alguns livros e revistas diferentes, chamada “Eve’s pudding”, pudim da Eva, em que pedaços de maçã são cobertos por uma massinha de bolo e levados ao forno: nunca havia provado, mas não tinha como aquilo não ser incrível. :)

Adaptei diferentes receitas, usei ameixas no lugar das maçãs e como elas não eram suficientes para encher os potinhos, completei com mirtilos que estavam no freezer – se quiser, faça só com ameixas, e tenho certeza de que completar as ameixas com morangos ficaria bom demais – aliás, só o que posso dizer a vocês é façam esta receita, pois é absurdamente deliciosa.

 

Bolo-pudim de ameixa e mirtilo

adaptado de algumas receitas de Eve’s pudding

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ameixa grande (cerca de 130g), sem o caroço e em cubinhos de 1cm

¼ xícara (35g) de mirtilos congelados – usar sem descongelar

1/3 xícara (46g) de farinha de trigo

1 colher (sopa) de farinha de trigo integral

1/8 colher (chá) de canela em pó

¼ colher (chá) de fermento em pó

1 pitada de sal

¼ xícara (56g) der manteiga sem sal, amolecida

¼ xícara (50g) de açúcar cristal ou refinado

1 ovo grande, temperatura ambiente

¼ colher (chá) de extrato de baunilha

 

Preaqueça o forno a 180°C. Separe dois potinhos refratários com capacidade para 200ml cada e divida as ameixas e os mirtilos entre os dois potinhos.

Em uma tigela pequena, misture com um batedor de arame as farinhas, a canela, o fermento e o sal. Reserve.

Em uma tigela média, junte a manteiga e o açúcar e bata até obter um creme claro – bati na mão mesmo, preguiça de sujar a batedeira com tão pouca massa. Junte o ovo e bata bem. Acrescente a baunilha e misture. Junte os ingredientes secos reservados e misture delicadamente com uma espátula de silicone até obter uma massa lisa.

Espalhe a massa sobre as frutas e alise a superfície, cobrindo bem. Leve ao forno por cerca de 20 minutos ou até a massa dourar bem e as frutas borbulharem.

Sirva puro, com sorvete, chantilly ou creme de leite.

Rend.: 2 porções 

quarta-feira, agosto 18, 2021

Bolo de iogurte, geleia de framboesa e amêndoa e mais um monte de coisas

Bolo de iogurte, geleia de framboesa e amêndoa

Depois do post escrito na força do ódio da semana passada, quero hoje escrever sobre pequenas alegrias e prazeres, e alguns deles podem até parecer tolos, mas que tem me ajudado a não ficar desgraçada da cabeça vivendo uma pandemia descontrolada em um país desgovernado e a um passo de um golpe.

Percebam que eu tentei fazer um post mais alegrinho, né? Mas sendo brasileira o máximo que a gente consegue são algumas palavras de amor antes de ficar revoltada tudo de novo.

Tempos atrás comprei uns moletons pela internet, torcendo muito para que servissem quando chegassem – não tenho o hábito de comprar roupas online porque acertar o tamanho sem provar é um desafio para mim. Os moletons serviram e nestes dias gelados em São Paulo tem sido meus melhores amigos no home office.

Comprei alguns chás de sabores diferentes e eles tem alegrado as minhas tardes – sempre tomei bastante chá, mesmo no calor (daí tomo frio), mas provar coisas diferentes acaba sendo um agrado especial em tempos de distanciamento social e vários dias em casa.

Fiz o curso “Escrever Sem Medo” da minha musa linguística, a maravilhosa Jana Viscardi, e também o curso de escrita criativa da Aline Valek (outra maravilhosa) no site da Domestika, e foram tão bons! Uma oxigenação no meu cérebro cansado da mesma rotina – a vontade de escrever voltou, o que me dá muita alegria. Meus caderninhos vão se enchendo, documentos no Word vão pipocando aqui e ali... Criatividade me movendo em dias que nem sempre dá vontade de seguir o roteiro levantar da cama, trabalhar, almoçar, malhar, tomar banho, dormir, pra começar tudo de novo no dia seguinte.

E falando em criar, bolei outra versão do agora querido também por vocês do bolo de iogurte do Epicurious: a inspiração de juntar amêndoa e framboesa veio da combinação de sabores clássica da Bakewell slice, receita que publiquei aqui há dez anos. O bolo ficou super gostoso, e achei que fotogênico também – vocês não acham? :)

 

Bolo de iogurte, geleia de framboesa e amêndoa

adaptado, novamente, do bolo de iogurte do Epicurious

 

- xícara medidora de 240ml

 

1 ½ xícaras (210g) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

¼ colher (chá) de canela em pó

¼ colher (chá) de sal

¾ xícara + 2 colheres (sopa) - 175g - de açúcar, cristal ou refinado

¾ xícara (180g) de iogurte natural integral – 1 potinho de 170g também funciona

½ xícara (120ml) de óleo vegetal – usei de canola

2 ovos grandes, temperatura ambiente

½ colher (chá) extrato de baunilha

2 colheres (chá) de Amaretto (opcional – intensifica o sabor de amêndoa)

4 colheres (sopa) de geleia de framboesa

3 colheres (sopa) de amêndoas em lâminas

 

Preaqueça o forno a 180°C. Pincele levemente com óleo uma forma de bolo inglês com capacidade para 6 xícaras de massa (1 litro e meio), forre com papel manteiga deixando sobras nos dois lados mais longos, formando “alças” que vão lhe ajudar a remover o bolo depois de assado. Pincele o papel com óleo também.

Em uma tigela média, peneire a farinha, o fermento, a canela e o sal. Reserve.

Em uma tigela grande, junte o açúcar, o iogurte, o óleo, os ovos, a baunilha e o Amaretto e misture usando um batedor de arame, até obter uma massa homogênea. Com uma espátula de silicone, incorpore os ingredientes secos – se a massa ficar muito engrumada, misture levemente com o batedor de arame, mas não bata demais para não desenvolver o glúten da farinha. Despeje a massa na forma preparada e alise a superfície.

Espalhe as colheradas de geleia sobre o bolo, com jeitinho para que não afundem demais, e então espalhe por toda a superfície da massa. Salpique as amêndoas sobre a geleia, e não se esqueça dos cantinhos.

Asse por 50-55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe esfriar na forma sobre uma gradinha por 15 minutos, e então remova com cuidado da forma, usando o papel como guia. Transfira para a gradinha e deixe esfriar completamente.

O bolo pode ser guardado em um recipiente hermético por até 4 dias – aqui em casa, como estava frio, 4 dias depois o bolo ainda continuava em perfeitas condições; se estiver muito quente onde você mora, guarde na geladeira depois de 1-2 dias para que não embolore. 

Rend.: 8 porções

 

quarta-feira, agosto 11, 2021

Ameixas assadas e mais uma reclamação

Ameixas assadas


Hoje volto aqui pra reclamar, mas desta vez não será do frio, prometo. :)

Ando vendo uns vídeos pelo Instagram que estão me deixando cabreira: pessoas fazendo dancinhas sobre como “era para ser apenas quinze dias”, e então elas começam a apontar para vários lados, e as caixinhas de texto aparecem com as diversas realizações que obtiveram durante a pandemia.

Seguro a vontade de jogar o celular na parede, afinal de contas quem vai ter que pagar por outro sou eu.

Entendo que a pandemia tem impacto diferente para cada um de nós, eu todos os dias agradeço ao Universo por não ter perdido ninguém que amo para esta doença maldita, mas daí a fazer vídeo com dancinha comemorando, enquanto são quase 600 mil mortos e não há vacina para todos... Realmente não entra na minha cabeça.

Não sei se o problema sou seu, mas algumas pessoas me parecem vazias demais e essa casca oca ficou mais evidente desde que a pandemia começou.

Como estou azeda hoje (de novo!) e não tinha nenhuma receita docinha para dividir com vocês, trago as ameixas assadas que faço de vez em quando, divinas para comer com iogurte, sorvete de baunilha ou para deixar o arroz doce ainda mais especial (eu e o arroz doce, vocês sabem...). :)

Corto as ameixas ao meio, retiro os caroços, transfiro as frutas para um refratário raso e polvilho com um pouco de açúcar (provo as ameixas antes de assar e ajusto a quantidade de açúcar dependendo do quanto as frutas estão maduras e doces). Uma ou duas rama de canela – se gostar, pode colocar um anis estrelado também – e uns 20-30 minutos de forno, dependendo do tamanho das frutas, virando na metade do tempo. 

Depois de esfriar, você pode guardar na geladeira, em um recipiente hermético bem fechado, por até uma semana, mas eu gosto mesmo é de comer enquanto ainda estão pelando, saindo do forno. 

quinta-feira, agosto 05, 2021

Bolo-pudim de maracujá e coco para adoçar a minha reclamação constante

Bolo-pudim de maracujá e coco


Começo o post já pedindo desculpas, mas vou novamente reclamar do frio – ando me sentindo tão travada, o corpo, as costas, deixei de me exercitar diariamente porque não aguento lavar o cabelo depois (a dor de cabeça ferrenha vem com tudo, obrigada, sinusite), o pés gelados o dia todo, não importa quantas meias eu consiga fazer caber umas sobre as outras, as mãos trincando, os dedos dormentes batendo nas teclas do computador.

Desculpem, desculpem, desculpem: tô de mau humor, acho que já deu pra perceber. O frio excessivo me deixa chata.

Hoje mais cedo enviei uma newsletter com receitas de sopa (não assina a minha cartinha ainda? Clica aqui!) e tô dando graças ao Universo por ter uma porção de sopa de legumes na geladeira: vou aquecer e colocar macarrãozinho miúdo, jantar já no jeito.

Mas nem só de sopas a gente vive, né? Vez em quando, um docinho vai tão bem... Se for quentinho, então, é perfeito – como o bolo-pudim de maracujá e coco que trago hoje. Fiz apenas meia receita, pois dois potinhos são mais do que suficientes aqui em casa (eu comi um e meio sozinha em um dia de teto-baixo, confesso), mas posto abaixo a receita toda, que rende 4 potinhos.

 

Bolo-pudim de maracujá e coco

adaptados de uma receita do Waitrose – se você entende inglês, o site é uma ótima fonte de receitas


- xícara medidora de 240ml

 

¼ xícara (35g) de farinha de trigo

¼ colher (chá) de fermento em pó

¼ xícara (25g) de coco ralado seco, sem adição de açúcar

1 pitada de sal

2 ovos grandes, temperatura ambiente, claras e gemas separadas

¼ xícara (56g) de manteiga sem sal, amolecida

¼ xícara + 2 colheres (sopa) - 75g - de açúcar cristal ou refinado

200ml de leite integral, temperatura ambiente

½ xícara (120ml) de polpa de maracujá passada pela peneira

 

Preaqueça o forno a 180°C e pincele levemente com manteiga 4 potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada. Coloque uma leiteira ou panela com água para ferver – vamos usá-la para fazer um banho-maria.

Em uma tigelinha, misture bem com um batedor de arame a farinha, o fermento, o coco e o sal. Reserve.

Bata as claras na batedeira em velocidade alta até que fiquem em neve, com picos firmes. Reserve.

Em outra tigela (ou na mesma das claras, se você preferir transferi-las para outra tigela, como eu fiz), bata a manteiga e o açúcar até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Junte as gemas, uma a uma, batendo bem a cada adição. Com a batedeira em velocidade baixa, adicione os ingredientes secos em três adições, alternando com o leite, em duas adições, e misture apenas até uma massa se formar. Adicione a polpa de maracujá e misture em velocidade baixa até incorporar. Desligue a batedeira e junte 1/3 das claras à massa e misture bem. Em seguida, junte o restante das claras e desta vez misture delicadamente, de baixo para cima, para que a massa fique bem leve e aerada.

Divida a massa igualmente entre os potinhos preparado e alise a superfície. Transfira os potinhos para uma assadeira funda e despeje água na assadeira até que ela chegue à metade da altura dos potinhos. Leve ao forno por cerca de 15 minutos ou até que o topo esteja firme, como um bolo (a calda estará por baixo). Sirva imediatamente.

Rend.: 4 porções

terça-feira, julho 20, 2021

Brownies triplos com farinha integral e o cansaço estampado na cara

Brownies triplos com farinha integral


Tenho me sentido muito cansada de algumas semanas para cá, e a exaustão está estampada em meu rosto – levanto da cama, me olho no espelho e penso: “hoje não vai ter maquiagem que dê jeito nestes olhos fundos”.

Viver no Brasil atualmente drena as minhas energias, me deixa deprimida, rouba o meu sono no meio da madrugada. Há vezes em que custo acreditar que chegamos a este ponto, me pergunto que fundo de poço é esse que tem alçapão, gente? Como é possível termos esta fama de povo acolhedor e simpático pelo mundo, sendo que muitos (muitos) de nós são esses seres podres por dentro, cheios de preconceitos e desprezo pela vida alheia – o perfeito reflexo daquela desgraça que ocupa o Palácio do Planalto.

Desculpem-me pelo texto amargo – sinto uma raiva e uma revolta tão grandes, sentimentos ruins que até pouco tempo da minha vida eu não sabia que pudessem ser tão fortes e tão destruidores. Sinto tristeza por ter tanto ódio dentro de mim.

Por mais que eu geralmente tenha uma alimentação regrada no dia-a-dia e tente (atenção para o verbo tentar) não me recompensar com comida tenho minhas recaídas, e tempos atrás resolvi fazer uns brownies, pois estava me sentindo muito pra baixo: chamemos de injeção de ânimo em forma de chocolate. 

Usei um pouco de farinha integral, juntei pedacinhos de chocolate ao leite e branco à massa e fiz uma receita menor, para que os brownies não ficassem tão altos ao serem assados em uma forma quadrada de 20cm.

Os brownies ficaram deliciosos, com um sabor intenso de chocolate e uma textura úmida, do jeito que gosto. Por isso, fotografei os brownies e divido com vocês hoje a receita – talvez vocês também estejam precisando de uma injeção de ânimo...

 

Brownies triplos com farinha integral

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

100g de chocolate amargo picadinho – usei um com 70% de cacau

½ xícara (113g) de manteiga sem sal

½ xícara (100g) de açúcar cristal ou refinado

3 colheres (sopa) de açúcar mascavo claro – aperte-o na colher na hora de medir

1 colher (chá) de extrato de baunilha

2 ovos grandes, temperatura ambiente

1/3 xícara (46g) de farinha de trigo comum

3 colheres (sopa) – 30g – de farinha de trigo integral

¼ colher (chá) de sal

50g de chocolate ao leite picado

50g de chocolate branco picado

 

Preaqueça o forno a 180°C. Unte levemente com manteiga uma forma de metal quadrada de 20cm, forre-a com papel alumínio deixando sobras em dois lados opostos e unte o papel também.

Em uma tigela refratária grande, junte o chocolate amargo e a manteiga e leve ao banho-maria (em fogo baixo, sem deixar o fundo da tigela tocar a água) até que os ingredientes derretam. Retire do fogo, acrescente os açúcares e a baunilha e misture bem com um batedor de arame. Deixe esfriar, e então junte os ovos, um a um, e misture bem com o batedor.

Adicione a farinha de trigo, a farinha integral e o sal e incorpore-os usando uma espátula de silicone, misturando até obter uma massa homogênea. Incorpore o chocolate ao leite e o chocolate branco. Espalhe na forma preparada e alise a superfície.

Asse por 18-20 minutos ou até que um palito inserido no centro do brownie saia com migalhas úmidas. Deixe esfriar completamente na forma sobre uma gradinha.

Corte em quadradinhos para servir.

Rend.: 16 unidades